À medida que o momento da vitória do Salvador e Luísa Sobral no Festival Eurovisão da Canção, no fim de semana passado, com a música "Amar pelos Dois", vai deixando, devagarinho, de integrar o espaço mediático, várias perguntas instalam-se entre as manchetes de alguns órgãos de comunicação social: que cidade portuguesa vai acolher a próxima edição da Eurovisão? Quanto vai custar? Que impacto vai ter nas contas do canal público?

Certezas não há, para além de que será a RTP, o canal público de televisão, a organizar a 63ª edição do Festival Eurovisão da Canção no próximo ano, em 2018 - como é normal, o país que vence, acolhe a edição seguinte. Tudo o que se tem falado além disso estará sempre envolto em especulação.

"É o Salvador, vem aí. O nosso Salvador ganhou a Eurovisão"
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O primeiro rumor a sair foi que o palco já estava escolhido, a MEO Arena, no Parque das Nações, em Lisboa.

“A própria organização da Eurovisão falou no MEO Arena porque já tinha conhecimento do local, mas é muito cedo para decidirmos onde é que vai ser exatamente”, disse Nuno Artur Silva, Administrador da RTP, em declarações ao canal público.

Sabe-se também que o investimento a que a organização do festival obriga envolve “vários zeros”. A própria RTP afirma que a Ucrânia, este ano, gastou 30 milhões de euros. Mas, sublinha Artur Silva, que “há oscilações grande de orçamento” de edição para edição.

“É claro que é sempre um grande investimento, é sempre um evento com grande impacto na cidade, no país, onde é feito. É isso que temos de perceber, e que agentes podemos convocar, uma vez que é um evento com grande apelo comercial, também”, acrescenta o administrador da RTP.

O investimento prevê-se avultado, mas não se espera que, diz o canal na peça, o investimento seja “feito apenas pela televisão pública”.

Meu bem, ouve as minhas preces
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A edição deste ano, em Kiev, faz crer que assim seja. O Festival teve a ajuda financeira da Câmara da capital ucraniana e de patrocinadores como a Jacobs, a OSRAM ou a Visa.

No caso português abre-se a mesma janela de oportunidades. No entanto, o Observador decidiu fazer contas. Caso a estação pública decida investir sozinha na próxima edição da Eurovisão, tal terá um impacto de 12,72% dos custos da RTP (235,8 milhões de euros). Seria cerca de 16,33 % da Contribuição Audiovisual, um imposto incluído na fatura da luz paga pelos contribuintes.