“Destacamos nesta exposição as obras em desenho da artista intimamente relacionadas com a produção em pintura”, revelou à Lusa Carolina Trigueiros, diretora da Jahn und Jahn Lisboa.
Na página oficial da galeria pode ler-se que Paula Rego representa uma “atitude artística inconfundível”.
“Traduz contextos políticos, sociais e da cultura pop em estruturas pictóricas que revelam os abismos da nossa existência humana e exploram questões de estruturas de relacionamento carregadas de conflito, violência, morte e sexualidade. Imoral e disciplinada, retrata esses contextos em figuras que parecem poderosas e fortes na sua autoconfiança”, destaca a galeria.
Tim Geissler, da Jahn und Jahn Munique, conta à Lusa que a ligação a Paula Rego começou há mais de uma década.
“Fizemos a primeira exposição da artista portuguesa em 2013, foi a primeira vez que Paula Rego teve uma exposição individual na Alemanha. Desde então, tem-se mantido uma relação entre a galeria e o trabalho da artista”, aponta.
Nos últimos anos, Rego, que morreu em 2022, tem despertado a atenção internacional. Retrospetivas como a da Tate Britain, em Londres, em 2021, bem como a participação na 59.ª Bienal de Veneza, em 2022, deram visibilidade à sua obra artística.
“A história dos pintores alemães era muito importante e servia-lhe de referência para o seu trabalho. Penso que era importante para ela que o seu trabalho fosse conhecido e visto por alemães”, sublinha Geissler à Lusa.
Na exposição atual, Jahn und Jahn apresenta desenhos e gravuras de Paula Rego de vários grupos de trabalho e períodos.
“Rego compõe as suas representações a partir de contextos sociais e das suas próprias fantasmagorias. As suas obras estimulam imediatamente a imaginação e levantam a questão de saber o que está a acontecer à figura no quadro, em que estado se encontra e como é que a história vai continuar. Cada uma das suas gravuras, a sua obra gráfica é composta por 280 gravuras e litografias, é um mito próprio e um continente interior que, tal como um sonho ou um conto de fadas, nos atrai e nos enfeitiça”, pode ler-se na página oficial da galeria.
A inauguração da exposição é hoje, a abertura ao público na sexta-feira.
“O público que esperamos é sobretudo alemão, mas também público da Suíça e da Áustria. Acredito que seja uma mistura muito interessante de pessoas”, descreve Tim Geissler.
A galeria Jahn und Jahn em Lisboa inaugura a 14 de setembro a exposição individual do artista alemão Imi Knoebel.
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