“É um espetáculo na primeira pessoa, uma personagem que se intitula como a personificação do teatro português e vai contar a história na primeira pessoa”, explicou à Lusa o encenador, Martim Pedroso.

É também “uma aula”, ou “uma conferência”, que “parte do nascimento do teatro em Portugal, e vem até aos dias de hoje, e essa personificação é feita para o público”, especificou.

Este espetáculo, uma produção da Nova Companhia, com Ana Sampaio e Maia, Cleia Almeida, João Telmo, Marina Albuquerque, Martim Pedroso e Paulo Duarte Ribeiro, no elenco, apresenta-se como “um docudrama tragicómico sobre uma pressuposta História do Teatro em Portugal e em língua portuguesa”.

Escrita por João Telmo, a peça é “uma espécie de compêndio”, apoiado também em histórias privadas de dramaturgos e encenadores, dentro da sua historia no teatro.

“Essa biografia [do teatro] é subjetiva, tem alguns pontos factuais, que aconteceram, históricos, e outros que são inventados, que são da escrita do João Telmo, ideias que são concebidas por mim e por ele, e escritas por ele”, explicou Martim Pedroso, sublinhando que essa história de vida que vai atravessar o palco do D. Maria II tem “sete séculos”.

No fundo, “História Ilustrada do Teatro Português” é um docudrama, porque é um documentário, no qual é possível ir à procura de factos reais e ficcionais, apresentado num registo teatral dramático.

Tragicómico, porque a vida do teatro português é trágica e é cómica.

Há registos mais cómicos, de farsa, como Gil Vicente e o seu “Monólogo do vaqueiro”, há António Ferreira, que conta a história de Pedro e Inês (“Castro”), um registo muito mais dramático e trágico, ou Alves Redol, que é um revolucionário liberal que escreveu tragédia, foi o primeiro tragediógrafo português, exemplificou o diretor da peça.

Pelo palco vão desfilar ainda “A Vizinha do Lado”, de André Brun, “O Fim”, de António Patrício, “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garrett, “Os Marginais e a Revolução”, de Bernardo Santareno, “Marinheiro”, de Fernando Pessoa, “Cinderela”, de Lígia Soares, “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, “A Cidade Queimada”, de Mário Cesariny, “Terra Firme”, de Miguel Torga, “Em nome da paz”, de Natália Correia, e “Peça romântica para um teatro fechado”, de Tiago Rodrigues.

“Depois temos os ziguezagues do que é fazer teatro em Portugal também, o espetáculo fala sobre isso, do início, da era dos bobos que iam entreter os reis, e vem ate à contemporaneidade, e a contemporaneidade é [feita por] nós artistas, também, a sobrevivermos com essa arte. É uma arte esquecida, que continua a ser a menos apoiada, e por isso também tempos aqui um lado de crítica ao sistema, a falta de apoio governamental à arte e à cultura”, revela o encenador.

“História Ilustrada do Teatro Português” vai estar em cena de 6 a 23 de junho, e terá uma sessão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, e conversa com os artistas após o espetáculo no dia 16.

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