“Durante a pandemia, quando estávamos a fazer os cabazes [de alimentos e outros produtos essenciais distribuídos pela UA] toda a gente falava das histórias da estrada, dos espetáculos e achámos que era a altura para escrever o livro”, uma ideia “antiga”, contou, em declarações à Lusa, Ricardo Queluz, técnico de som e um dos fundadores da UA.
A frase “um dia temos de escrever um livro” foi tantas vezes repetida ao longo dos anos por quem trabalha em espetáculos de música, em momentos de partilhas de histórias, que acabou mesmo por concretizar-se.
Para “Pela estrada fora — histórias do rock português”, a ideia era arranjar “histórias que relatam o trabalho” dos profissionais do setor nos concertos e a ideia era “que toda a gente estivesse englobada”.
Por isso, entre os narradores das 87 histórias contadas no livro há músicos, como Manel Cruz, Tó Trips, Nuno Prata, Francisco Rebelo, João Cabrita, Susana Félix, Miguel Ângelo, Luís Varatojo, Flak e Fred Ferreira, técnicos de luz, como Cláudio Silva, Ricardo Gaiolas e Margarida Moreira, técnicos de som, como Joe Fossard, Helena Ramos e Susana Pereira, ‘road managers’, como Francisco Morgado, Duarte Dionísio e Kabeca, e agentes como Célia Costa e Alain Vachier.
O que estes profissionais decidiram partilhar são “coisas que aconteceram e têm uma certa piada”, e através das quais “as pessoas percebem a maneira de estar e a maneira como eram os espetáculos, porque há uma grande diferença dos anos 1990 para agora”. “Agora as coisas estão muito mais profissionais”, considerou Ricardo Queluz.
O livro é apresentado na segunda-feira, no Cinema São Jorge, em Lisboa, às 18:00, numa sessão que conta com a presença de Tó Trips, João Cabrita, Margarida Moreira e Nuno Preto.
Nesse dia haverá livros à venda, que estarão depois disponíveis em vários locais. Além disso, quem quiser adquirir “Pela estrada fora — histórias do rock português”, pode entrar em contacto com a UA, através do ‘email’ geral@uniaoaudiovisual.pt.
As receitas revertem “na totalidade” para a UA, “que continua a ajudar pessoas”.
Em abril de 2020, cerca de um mês depois de as salas de espetáculos terem encerrado devido à covid-19 e terem deixado milhares de pessoas sem trabalho, cinco amigos começaram a promover recolhas de alimentos, para ajudarem colegas de profissão de um setor no qual a informalidade das relações laborais é bastante comum.
O grupo informal de cinco pessoas, formado em abril de 2020, em Lisboa, é hoje uma associação na qual trabalham, de forma voluntária, mais de 50 pessoas de Norte a Sul do país.
Há várias formas de poder ajudar a União Audiovisual. No ‘site’ da UA (https://uniaoaudiovisual.pt/) estão todas as formas possíveis de fazer donativos, quer através da entrega de bens alimentares nos sítios de recolha, quer donativos financeiros.
Além disso, vão sendo partilhadas nas contas da UA nas redes sociais as iniciativas pontuais, que vão existindo em todo o país, em que há possibilidade de contribuir.
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