Pedro Barroso, de 69 anos, tem previsto a edição de um novo disco, intitulado “Novembro”, que sairá “tão breve quanto possível”, segundo o editor.

No sábado, Pedro Barroso vai partilhar o palco torrejano com os músicos Miguel Carreira (acordeão), David Serrão (contrabaixo), David Zagalo (teclados), Luís Sá Pessoa e Susana Santos (violoncelo), Manuel Rocha (violino), e ainda Nuno Barroso (voz e piano), Francisco Fanhais (voz), João Chora (voz e guitarra), António Laranjeira (voz), Teresa Tapadas (voz), o Coral Phidelius, e o grupo “Os Camponeses”, de Riachos, com apresentação de Armando Carvalheda, com quem estabelecerá uma conversa sobre a carreira, disse o músico à Lusa.

Para o intérprete, que se estreou no programa televisivo “Zip Zip”, em 1969, “Novembro” constituirá a sua “despedida das canções”.

“A condição física, após mais um ano de tratamentos médicos, impede-me de tocar; e, mesmo na parte de canto, canso-me ao fim de minutos”, disse Pedro Barroso, que mantém a firme disposição de um adeus aos palcos no sábado em Torres Novas, no Ribatejo.

Em 2009, quando celebrou 40 anos de carreira, em declarações à Lusa Barroso defendeu que a “canção tem que consubstanciar algumas reflexões” e, não rejeitando “o fazedor de chulas” que foi, afirma que “faz música bonita com palavras inteligentes”.

Refletindo, na ocasião, sobre a sua carreira, o músico afirmou: “Durante muito tempo fiz coisas que me encomendavam editorialmente, para vender, podia ter ficado por aí, pelo fazedor de chulas populares, mas desde há 20 anos que mudei de rumo”.

“Desde então” – prosseguiu – “comecei a fazer o que me dava prazer e tivesse a profundidade que eu desejava”.

Na altura, Pedro Barroso prometia “tirar uma licença sabática e talvez editar mais ou dois CD”.

“Irei dedicar-me mais ao Pedro Chora, pintor, que é uma outra faceta minha, e ao Pedro Barroso escritor, cantigas, só mais um ou outro disco”, acrescentou.

Da carreira musical, afirmou guardar “gratas recordações” e ter “um mundo de abraços” pelos muitos que espalhou, e diz que se não fossem as cantigas “não tinha conhecido mundo”.

Fernando Matias referiu à Lusa que o músico atou por todo o país e efetuou concertos em Espanha, França, Croácia, Canadá, Estados Unidos, Brasil, Países Baixos, Bélgica, Suécia, Suíça, Luxemburgo, Hungria, Alemanha e China.

Barroso foi distinguido com vários prémios nacionais e no estrangeiro, segundo a mesma fonte, e recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.