"The Black Queen", o décimo e último episódio da 1.ª Temporada de "House of the Dragon", fecha o ciclo de contexto da Guerra Civil à boleia de Dragões e Fogo que aí vem. Numa hora, muito aconteceu, ainda que sem escaramuça vista noutros finais do Universo de "A Guerra dos Tronos". Os detalhes sobre o que esperar no futuro estarão nas linhas vindouras deste artigo, mas não se vá ao engano: a guerra entre os Targaryen está prestes a começar. E é tempo de deixar os dragões dançar.

Segue o Acho Que Vais Gostar Disto no Instagram, no Twitter e no TikTok. Estamos também no YouTube e na nossa novíssima página do Substack.

Há pouco mais de dois meses, e depois de muita antecipação e espera, "House of the Dragon" chegou para conquistar o planeta dos aficionados por séries, filmes e semelhantes primos em formato vídeo. E se em tempos houve quem questionasse se a prequela de "A Guerra dos Tronos" teria o encanto ou a capacidade para conquistar os fãs que ficaram desiludidos com o final da original, hoje temos a certeza que há muito interesse pelos Sete Reinos. Afinal, foram "só" perto de 30 milhões de pessoas a ver cada um dos dez episódios que compõem a 1.ª Temporada, que agora chegou ao fim. (Na Europa, a série ultrapassou mesmo os números de visualizações de Game of Thrones!)

Mas com o fim da temporada, veio também o fim da paz. É que a notícia da morte do Rei Viserys chegou finalmente aos ouvidos de Rhaenyra e Daemon, "exilados" na Pedra do Dragão, a "Casa de Família" dos Targaryen. E a premissa do episódio é fácil de fazer: enquanto a primeira fazia o luto a tentar preservar a paz no reino, o segundo fazia os preparativos para uma guerra sangrenta enquanto contava dragões. No entanto, já se sabe: a vida por estas bandas faz-se muito dos diálogos e do que se passa nos bastidores — não é à toa que há quem brinque e apelide a série de "Succession of Dragons", que alude às vicissitudes do enredo que envolve a família Roy de outro sucesso televisivo da HBO.

Apesar da sinopse de uma linha, foi um episódio em que muito se passou. Houve espaço para nova coroação, um parto traumatizante (mais um…), um encontro que prometeu chamas e fumaça (entre Daemon e Otto) e ainda um regresso de alguém que se julgava morto (ou muito doente, vá). Porém, o busílis deste season finale acontece durante uma perseguição entre tio e sobrinho ocorrida nos céus que corre mal — tão mal que a Rainha da equipa Preta fulmina um olhar de raiva que em muito se assemelha ao lançado por Daenerys uns anos mais tarde quando esta decidiu polvilhar King's Landing.

Para um recap completo, sugerimos mesmo que oiçam este episódio do nosso podcast. É lá que a Mariana Santos, o João Dinis e o Miguel Magalhães escrutinam de fio a pavio tudo o que se passou em "The Black Queen". A versão curta, porém, é a de que o Rei Viserys alertou Rhaenyra logo nos primeiros episódios para aquilo que agora se viu: "A ideia de que controlamos os dragões é uma ilusão". Afinal, talvez o Pacifista não fosse tão ingénuo e fraco como os seus críticos sugerem, mas alguém que estava a prever um desfecho destes.

O final da 1.ª Temporada de "House of the Dragon", além de revelar uma Emma D’Arcy notável (a sério, a atriz que dá vida a Rhaenyra brilha de início ao fim!), trouxe também uma surpresa agradável ao nosso coração português. É que a Pedra do Dragão, na vida real e sem criaturas que cospem fogo, fica ali em Monsanto. E num curto vídeo, de cinco minutos, veem-se imagens dos bastidores e ouvem-se rasgados elogios às nossas paisagens. "Ficámos de queixo caído", revela mesmo um dos produtores, que assume logo nos primeiros segundos que "há muito de Portugal por ver em televisão".

Terminada a visita a um dos nossos belos cantinhos, somam-se as questões quanto ao futuro e à segunda temporada. Aqui, o co-criador e produtor-executivo da série, Ryan Condal, numa entrevista à Variety poucas horas depois de o episódio final ficar disponível, ajuda alguma coisa, mas não muito. Ou seja, confirmou que a rodagem começa no início de 2023, embora não se comprometesse a dar uma data concreta para reatar a história. Portanto, o mais provável é que a estreia aconteça mesmo só em 2024 — nem que seja porque o passado assim o sugere, uma vez que do anúncio de "House of the Dragon" à sua debuta na HBO Max, passaram-se 18 meses. Para mais, há planos para outras séries do universo, como é o caso da que vai seguir a história de Jon Snow, que podem adiar qualquer data pensada de momento.

Assim, temos de esperar para saber ao certo o que quer dizer aquele olhar flamejante de Rhaenyra — quem leu os livros não se deve fiar muito no que lá está porque o produtor já alertou que vão ser tomadas liberdades. Umas coisas, porém, sabemos e podemos confirmar: não vão existir saltos temporais (grandes) entre episódios, os atores que conhecemos vão dar corpo às personagens até ao fim e vai haver mesmo dancetaria de criaturas ancestrais que voam. "Estamos em plena Dança dos Dragões e nós vamos contar essa história", explica Condal noutra entrevista.