A competição esteve aberta a artistas, estudantes e autodidatas de idade inferior a 30 anos, e procurava propostas para intervenção em diferentes espaços públicos do concelho, assim como no seu mobiliário urbano.

Ao concurso candidataram-se 13 criadores portugueses e seis estrangeiros, recaindo agora a escolha do júri sobre o projeto "Corteza", que a espanhola Lidia Cao se propõe concretizar no Empreendimento Habitacional do Balteiro, e "Impressionismo no Limite", que o português Tadeu da Silva concebeu para o anfiteatro do Empreendimento Habitacional Xanana Gusmão.

"Com o Urbanidades do Eixo, abrimos novos caminhos futuros e o primeiro é o da criação de um circuito de Arte Urbana no concelho, com as práticas artísticas associadas à disciplina e as inúmeras oportunidades de mediação cultural, turística e artística nas diferentes comunidades", declarou à Lusa o vereador da Cultura na Câmara da Feira, Gil Ferreira.

"O segundo caminho é depois o de uma maior cooperação interinstitucional à escala da euro-região do Eixo Atlântico", acrescentou o autarca.

Dos dois projetos escolhidos para ajudar nesse percurso, o espanhol é oriundo da região da Corunha, na Galiza, e o português tem origem mesmo em Santa Maria da Feira.

No caso de Lidia Cao, a artista é formada em Ilustração pela Escola Superior de Arte e Design Pablo Picasso, já trabalhou com editoras como a Urco e pintou com criativos como Nove Noel, Cestola na Cachola, Sabek, Spok, Nin9, Sekone e Sokram.

Para a fachada lateral de um dos prédios do Balteiro, escolheu uma "homenagem ao setor da cortiça", enquanto atividade económica de maior relevo na Feira e propõe-se expressar esse reconhecimento pintando aí uma figura feminina que represente "o poder do trabalho feito pelas mulheres e pela juventude".

Tadeu da Silva, por sua vez, começou por estudar na Escola Artística de Soares dos Reis, no Porto, e licenciou-se depois pela Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, definindo-se hoje como "artista plástico, ilustrador e ?cake designer'".

Com 12 anos de experiência na intervenção em paredes e acumulando trabalhos também em domínios como a escultura e a arte digital, concebeu para o anfiteatro dos prédios Xanana Gusmão, em Fiães, uma "ilusão ótica" em que o traço se quer simplificado, num estilo "impressionismo pop art" de linhas pixelizadas.

Ambos os artistas deverão começar a 12 de setembro a executar as propostas com que venceram o Urbanidades no Eixo, tendo depois um mês para concluir os respetivos murais.