
A iniciativa é da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), mas sofreu alterações. Inicialmente, a APEL propôs a atribuição de cem euros aos jovens de 18 anos para a compra de livros. A nova proposta do Ministério da Cultura tem o valor de 20€ por pessoa e abrange um total de 220 mil jovens que tenham completado 18 anos em 2023 e 2024.
Na primeira semana do programa, em Novembro do ano passado, foram emitidos cerca de vinte mil cheques-livro, o que corresponde a 9% do universo de jovens elegíveis.
De acordo com os dados da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), citados pelo Público, até dia 10 de Abril foram emitidos 42.234 cheques-livro. Desses, mais de 30 mil foram utilizados. No entanto, ainda existem 11 mil por utilizar.
A medida foi aprovada com o objetivo de "fomentar os hábitos de leitura e incentivar a frequência de livrarias por parte dos jovens adultos", esperando-se, assim, que este número aumente.
Como se requisita o cheque-livro?
Os jovens que comprem o critério de idade estabelecido podem requisitar o seu cheque-livro até 23 de Abril, através da plataforma do governo.
Que livros fazem parte do programa?
O programa está associado a mais de 200 livrarias aderentes, cujo livros podem ser requisitados até à mesma data.
Todos os livros podem ser comprados com o cheque à exceção dos manuais escolares, dos dicionários, dos livros de apoio ao estudo e dos livros não editados em Portugal.
Para futuro, novas ideias e mais vontade de ler
O Ministério da Cultura e a DGLAB estão a trabalhar com as instituições do mercado literário português para acelerar a execução do cheque-livro no futuro. O objetivo final é que o programa tenha cada vez mais adesão.
Para Miguel Pauseiro, novo presidente da APEL, um dos pontos a melhorar é o valor do programa, que não é suficiente nem atrativo. "Não podemos esquecer que há um vasto território do nosso país que não tem um acesso tão facilitado ao livro, o que significa que tem que haver um esforço acrescido na deslocação, e aí os 20 euros não serão suficientes nem atractivos", lembra ao Público.
Além disso, acrescenta que "é uma pena que a cerca de uma semana e meia do fim do programa, desta que considero ser uma edição-piloto, não tenhamos conseguido ir para além destes números. E é muito curioso que cerca de 12 mil jovens tenham tido a preocupação de emitir o cheque e não o tenham ainda utilizado. É um sinal de que a comunicação não terá resultado", comenta.
A APEL tem como objectivo "criar novos leitores" e "fazer com que os jovens visitem livrarias frequentemente", precisando, para isso, de criar as condições necessárias para a concretização do projeto.
Deixa uma crítica ao Ministério, por não ter considerado as recomendações da APEL quanto à operacionalização do modelo no momento de execusão. A vontade
é de facilitar o acesso dos jovens aos livros: "Na APEL, continuamos a acreditar nos benefícios a longo prazo desta medida. Seremos um parceiro empenhado em assegurar que existem condições melhores em futuras edições e que esta medida contribui para que o livro tenha relevo na sociedade portuguesa e entre os jovens".
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