“O Lisbon & Sintra Film Festival constituirá uma continuação do anterior Lisbon & Estoril Film Festival, assumindo ainda valências que ultrapassam um mero festival de cinema, sendo um dos principais encontros dos mais conceituados artistas, escritores, filósofos, realizadores e atores a nível europeu”, explica a proposta de protocolo com a autarquia, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
Por seu lado, o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, explicou à agência Lusa que o município disponibilizou-se a apoiar o evento, mas redefinindo os valores.
“Face à redução das verbas de jogo [provenientes do Casino do Estoril] e por ainda não termos receitas da nova taxa turística dissemos ao Paulo Branco que teríamos de rever os valores do apoio, mas como a Câmara de Sintra ofereceu mais dinheiro, ele optou por ir para Sintra”, explicou.
Segundo a minuta do protocolo a subscrever pelo presidente da câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), e pela Leopardo Filmes, a produtora de Paulo Branco, a organização propôs que o festival “continue a decorrer na circunscrição do município de Lisboa, mas agora em parceria com o município de Sintra”.
“Em Sintra, o evento que decorrerá de 17 a 26 de novembro passa pela utilização não só do Centro Cultural Olga Cadaval, bem como de outros espaços emblemáticos” da vila, refere a proposta do vereador da Cultura, Rui Pereira (PS), a discutir terça-feira pelo executivo municipal.
No protocolo salienta-se que o “festival aposta na interligação de propostas culturais diversas, do cinema à literatura, passando pela música e artes plásticas e afirma-se como lugar propício à reflexão e discussão dos temas culturais que marcam a atualidade”.
O município sintrense compromete-se a contribuir com um apoio financeiro de 250.000 euros, para encargos com iniciativas do Lisbon & Sintra Film Festival, repartido em 175.000 euros após a assinatura do protocolo e outras duas prestações de 37.500 euros até 31 de dezembro de 2017.
Miguel Pinto Luz disse não condenar a decisão do diretor do festival de cinema e esclareceu que também a Câmara de Cacais teve de tomar as suas decisões.
“O dinheiro não chegava para tudo e por cada evento que se perde, ganha-se outro três ou quatro, como o museu de arte urbana do Vhils, por exemplo. São decisões difíceis mas que têm de ser tomadas”, sustentou o vice-presidente da Câmara de Cascais, acrescentando que a saída do festival do concelho é definitiva.
O diretor do Lisbon & Estoril Film Festival disse na cerimónia de encerramento do evento, em novembro de 2016, que a participação do público na 10.ª edição foi “bastante superior” à dos anos anteriores.
“Foi uma grande surpresa, sobretudo porque havia filmes difíceis e que, à partida, parecia ser arriscado passá-los”, afirmou Paulo Branco, na gala de entrega de prémios, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Os realizadores Jim Jarmusch e Emir Kusturica, o poeta Adonis e a atriz Monica Bellucci estiveram entre os mais de 60 convidados da anterior edição do Lisbon & Estoril Film Festival, lançado em 2007, que decorreu em 11 espaços da capital e de Cascais.
Na apresentação da anterior edição do festival, Paulo Branco revelou que o orçamento de 2016 ascendia a 550 mil euros, com dezenas de parcerias e o apoio das câmaras de Lisboa e de Cascais, Turismo de Portugal e Instituto do Cinema e do Audiovisual.
A Lusa tentou contactar Paulo Branco, mas o produtor encontra-se ausente do país.
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