“Não matei a minha mãe”, afirmou o arguido, segurança privado reformado, que responde por um crime de homicídio qualificado.

O caso ocorreu na madrugada de 24 de junho de 2018, na casa onde a idosa vivia com o filho, de quem dependia em absoluto, na Costa do Valado, em Aveiro.

Perante o coletivo de juízes, o arguido garantiu que não colocou as mãos no pescoço da vítima, mas não conseguiu explicar as causas para as lesões que a mesma apresentava naquela parte do corpo.

O antigo segurança contou que acordou a meio da noite com um barulho e encontrou a mãe caída no chão junto da cama, tendo-a levantado e tratado uns ferimentos que ela tinha na perna.

Em seguida, sentou a mãe na cadeira de rodas e levou-a para junto da lareira, onde permaneceram os dois até cerca das 07:00, altura em que ligou a uma vizinha enfermeira que lhe disse para ligar para o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica).

O arguido disse ainda que a mãe não falou durante este período, mas garantiu que a viu mexer os braços e as pernas.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o arguido asfixiou a mãe por meio não concretamente apurado, mas tendo para o efeito exercido pressão na região do pescoço da mesma, impedindo-a de respirar.

O MP diz ainda que a colocação da vítima na cadeira foi uma "tentativa" do arguido em "criar uma aparência de morte natural".

O arguido, que se encontra em prisão preventiva, só veio a ser detido em dezembro de 2018, após ser conhecido o relatório da autópsia que concluiu que a causa da morte foi “asfixia mecânica por compressão do pescoço”.