“Não preciso de nomear um diretor artístico amanhã. Temos, neste momento, uma equipa que permite garantir a continuidade deste processo durante tempo suficiente até que sejam encontradas uma, ou mais, direções artísticas”, afirmou Rui Moreira, numa conferência convocada sobre o assunto.

O autarca disse ainda que “não há uma interrupção” na gestão do TMP, que gere Rivoli e Teatro do Campo Alegre, porque “a temporada está programada, as coisas estão contratadas”.

“Não temos essa vertigem”, reiterou.

O autarca falava hoje durante uma conferência de imprensa convocada para falar sobre a saída de Tiago Guedes da direção do TMP e o "futuro do Rivoli", em que esteve também presente o diretor artístico, que vai assumir a direção da Maison de la Danse de Lyon e a codireção da Bienal da Dança, em França.

Questionado sobre a continuidade do Festival Dias da Dança (DDD), que fundou, Tiago Guedes disse que “é um projeto que é desenvolvido no seio do TMP” e que “será visto na sua globalidade”, adiantando ainda que “metade” do festival do próximo ano já está programado.

Rui Moreira garantiu que irá “manter o festival DDD e continuará a ser organizado pelo TMP”.

Conforme já tinha sido avançado na quinta-feira, o diretor artístico do TMP confirmou que está de saída no final de junho e que iniciará as novas funções, a meio-tempo, a 01 de julho, assumindo o cargo em pleno a partir de 01 de setembro.

O bailarino e coreógrafo referiu ainda que, “neste momento, o TMP já colabora com a Maison de la Danse de Lyon, há muitos anos”, e que “essas colaborações, certamente, vão-se intensificar”.

“Poucos ou nenhuns seriam os projetos que me fariam querer sair do Porto, no entanto, defendo que os diretores artísticos de instituições não se devem eternizar nos seus cargos. Esta oportunidade e ‘timing’ pareceram-me ser os corretos para tentar novos desafios”, disse.

Tiago Guedes disse que sai com o “descanso de saber que é muito bom sair quando as coisas ainda estão muito bem”.

Rui Moreira adiantou que a ida da Tiago Guedes para França foi "uma estratégia conjunta" e que a sua seleção num concurso público internacional é um "reconhecimento" do trabalho feito nos oito anos à frente do TMP, tendo também deixado a garantia de que o município vai "continuar a trabalhar com o Tiago".

Tiago Guedes, que estava à frente do TMP desde 2014, sucede a Dominique Hervieu como diretor de La Maison de la Danse de Lyon e como codiretor da Biennale de La Danse.

Durante o seu mandato à frente do TMP, Tiago Guedes fundou o DDD, em 2016, e o Centro de Residências e Criação Artística Campus Paulo Cunha e Silva, que inaugurou em junho de 2021.

Antes disso, foi diretor artístico do Teatro Virgínia - Teatro Municipal de Torres Vedras e da associação cultural Materiais Diversos, de que foi cofundador, bem como do festival com o mesmo nome.

Foi coreógrafo residente do Théâtre Le Vivat, em Armentières, França, entre 2006 e 2008, e na Galeria ZDB, em Lisboa.

Iniciou os seus estudos artísticos aos 6 anos, no Conservatório de Música Jaime Chavinha do Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro, em Minde, estudando música e mais tarde dança.

Formado pela Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa, foi bailarino e coreógrafo entre 2001 e 2013.

"Um Solo", "Um Espetáculo com Estreia Marcada", "Materiais Diversos", "Trio", "Matrioska", "Ópera", "Coisas Maravilhosas" estão entre algumas das suas mais conhecidas coreografias.

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