A afirmação foi feita esta segunda-feira, em Lisboa, na apresentação do Concurso Mundial de Ópera Operalia, a decorrer entre hoje e domingo, no Teatro Nacional de S. Carlos, uma iniciativa criada pelo tenor e maestro espanhol que atualmente é diretor-geral da Ópera de Los Angeles.

“É com uma enorme alegria que regresso a este teatro de grande prestígio”, um teatro “bicentenário” onde “há mais de 20 anos” cantou “Otello”, de Verdi, e onde não voltou a cantar, disse.

O S. Carlos trata-se de um teatro “com história e de grande prestígio”, ao nível de outros teatros de ópera europeus, alegou o cantor, considerando ainda “uma coincidência feliz” que a 26.ª edição do Operalia se realize naquele espaço.

Inaugurado em 1793, o S. Carlos encontra-se a comemorar os 225 anos bem como os 25 anos da Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP), criada em 1993, tal como o concurso criado por Plácido Domingo, para descobrir e ajudar a lançar as carreiras dos mais promissores jovens cantores da atualidade.

Para o diretor artístico do S. Carlos, Patrick Dickie, o facto de esta edição se realizar no S. Carlos é motivo de “grande orgulho”, uma vez que se trata de uma competição com história e provas dadas.

Patrick Dickie sublinhou que este concurso é único na procura de talentos emergentes, pelo que é de extrema importância para o futuro da ópera.

Além disso, é uma competição universal, acrescentou, mostrando-se agradecido por Plácido Domingo ter escolhido o teatro que dirige para acolher esta edição da iniciativa.

“É com um entusiasmo extremo que vamos viver os próximos dias”, sublinhou.

Quarenta cantores de 24 países, entre os quais se encontram os portugueses Luís Gomes (tenor) e Rita Marques (soprano), disputam hoje e terça-feira os quartos-de-final do Operalia.

Dos 40 cantores, serão selecionados 20 que, na quinta-feira, irão disputar a meia-final. Nos quartos-de-final e na meia-final, os cantores serão acompanhados ao piano.

De acordo com Mafalda Gouveia, do Teatro Nacional de S. Carlos, para a final deverão ser apurados dez finalistas, consoante o regulamento do concurso. O espetáculo da final é aberto ao público, realiza-se no domingo e conta com a participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida por Plácido Domingo.

Não seria, contudo, inédito que a final do concurso tivesse mais de dez finalistas, uma vez que Plácido Domingo, enquanto presidente do júri, mas não votante, já em edições anteriores tenha “repescado” cantores por considerar que merecem ir à final.

Entre os 40 selecionados contam-se cantores da Rússia, Suécia, Canadá, Itália, Uzbequistão, Estados Unidos da América, Alemanha, Kosovo, Ucrânia, China, Austrália.

Sobre o Operalia, Plácido Domingo disse ainda tratar-se de uma iniciativa de “grande importância” na captação de jovens talentos, exemplificando com o caso da soprano Elisabete Matos, considerada “uma grande cantora e de grande prestígio internacional”.

Entre os 40 selecionados, das mais de 600 árias ouvidas pela organização do Operalia – segundo referiu o tenor espanhol – contam-se cantores da Rússia, Itália, Suécia, Canadá, Uzbequistão.

Treze elementos compõem o júri do concurso – na maioria diretores-gerais de teatros de ópera internacionais -, entre os quais Patrick Dickie, a soprano Marta Domingo, mulher de Plácido Domingo, Anthony Freud, diretor-geral da Ópera Lírica de Chicago, o diretor da ópera de Monte Carlos, Jean-Louis Grinda, ou o diretor artístico do Teatro Real de Madrid, Joan Matabosch.

Questionado sobre como são selecionados os 40 cantores que chegam a esta fase do concurso, Plácido Domingo disse que os cantores enviam árias para o organismo que dirige que são depois avaliadas por um júri.

A primeira edição do Operalia realizou-se em 1993, em Paris, tendo já sido realizado em cidades como Tóquio, Hamburgo, Budapeste, Milão, Moscovo, Pequim, Verona, Los Angeles, Cidade do México, Londres, Madrid ou Guadalajara.

A 25.ª edição do concurso realizou-se na Ópera de Astana, no Cazaquistão, uma das mais recentes do mundo, segundo a organização do certame.

[Notícia atualizada às 15h23]

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