O Palácio de Congressos do Algarve, em Albufeira, será o palco da cerimónia portuguesa de apresentação da edição de 2024 do Guia Michelin, contando com cerca de 500 convidados e um apoio na ordem de 400 mil euros do Turismo de Portugal.

“Será, sem dúvida, a noite mais importante da gastronomia portuguesa e tornar-se-á um evento anual imperdível. É uma festa sobretudo para os chefs deste país”, disse à Lusa fonte do guia ibérico, com sede em Madrid.

Desde o início da década de 2010, a Michelin Espanha e Portugal realiza galas anuais para anunciar os restaurantes premiados, que decorrem sempre em cidades espanholas, à exceção da de 2018, organizada em Lisboa.

A gala de hoje é a primeira com foco exclusivo em Portugal, uma decisão justificada pelo guia com a evolução rápida da gastronomia nacional e a intenção da publicação internacional de “colocar Portugal no mapa da culinária mundial”. A parte espanhola do guia foi anunciada em Barcelona em novembro.

Portugal tem atualmente 31 restaurantes com uma estrela Michelin (“cozinha de grande nível, compensa parar”) - mas, é expectável a perda de uma distinção, após o fecho, no final do ano, do restaurante Eneko Lisboa - e sete com duas estrelas (“cozinha excelente, vale a pena o desvio”).

Portugal nunca teve, desde o início do guia ibérico, em 1910, a classificação máxima (três estrelas, “uma cozinha única, justifica a viagem”).

Todos os chefs de restaurantes com estrela Michelin em Portugal foram convidados, bem como “uma pequena representação” de espanhóis, incluindo Quique Dacosta (Quique Dacosta, Dénia) e Sergio e Javier Torres (Cocina Hermanos Torres, Barcelona), ambos com três estrelas.

A cerimónia será conduzida pela apresentadora e atriz portuguesa Catarina Furtado e o jantar será preparado por sete chefs da região: Dieter Koschina e João Oliveira, como coordenadores, além de Hans Neuner, José Lopes, Libório Buonocore, Louis Anjos e Luís Brito.

Na edição de 2023, Portugal ganhou cinco novas estrelas: Encanto (José Avillez e João Diogo), Kabuki Lisboa (à altura, Paulo Alves), Kanazawa (Paulo Morais) – em Lisboa , Euskalduna Studio (Vasco Coelho Santos) e Le Monument (Julien Montbabut), ambos no Porto.

Conquistou ainda uma nova estrela verde, que destaca a gastronomia sustentável, atribuída ao Mesa de Lemos (Passos de Silgueiros, uma estrela Michelin), chefiado por Diogo Rocha, que se juntou aos já galardoados Il Galo d’Oro (Funchal, duas estrelas Michelin) e Esporão (Reguengos de Monsaraz, uma estrela).

Além das estrelas, Portugal tem 37 restaurantes com a classificação Bib Gourmand (refeição com uma boa qualidade/preço, na ordem dos 45 euros) e 90 recomendados no guia.

Criado no início do século XX para ajudar os viajantes nas suas deslocações, o Guia Michelin é hoje considerado uma referência mundial na qualificação de restaurantes.

Para atribuir as estrelas aos restaurantes, os inspetores, que trabalham de forma anónima, valorizam a qualidade dos produtos, o domínio dos pontos de cozinha e das texturas, o equilíbrio e harmonia dos sabores, a personalidade da cozinha e a regularidade.