Duas dezenas de artistas, sobretudo mulheres, vão participar no 2.º “Stone Art”, festival dedicado à pintura, escultura e ‘graffiti’, que acontece a partir de 26 de agosto em pedreiras do concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria.
O festival de artes, lançado em 2021, acontece em contexto rural, nas pedreiras vizinhas da aldeia do Codaçal, freguesia de Serro Ventoso, que está integrada no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
A segunda edição decorre de 26 de agosto a 03 de setembro e prevê dez intervenções em pedreiras e a criação de quatro esculturas, explicou à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Serro Ventoso, que organiza o evento, com apoio do município de Porto de Mós, da Assimagra - Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais e de empresários do setor.
Carlos Cordeiro avançou que a intenção é “continuar o sucesso de 2021, com mais artistas internacionais, e mostrar aquilo que se pode fazer junto à indústria da extração da pedra”.
O organizador destacou a presença “de mais mulheres” entre o lote de artistas convidados: “Cada vez mais as mulheres estão em lugares de topo e lugares de referência. Portanto, nós também queremos mostrar que o festival pode ter 50-50 [de homens e mulheres] ou mesmo um ano mais para um lado [de homens] e outro ano mais para o outro [de mulheres]”.
O presidente da Junta de Serro Ventoso realçou, nesta edição, a participação de um pintor do Uruguai e de dois escultores que chegam de Itália e das Canárias. A lista de artistas não está fechada, devendo rondar, no final, as duas dezenas.
Confirmadas, para já, estão as presenças no “Stone Art” de Daniela Guerreiro, Marita, Tiago Hacke, Trafic, Trip, Time for the Oniri (vencedor da ‘open call’ lançada pela organização) e do uruguaio Theic, que vão pintar murais nas pedreiras do Codaçal.
Na área da escultura, estão certos RoMP, o italiano Luca Marovino e o espanhol Daniel Pérez.
“Stone Art” também mostra a arte do ‘graffiti’, estando anunciadas intervenções de Bad Trip, Crack, Femar, Kurtz, Other1, Puro, Raps, Rote e Sen.
O impacto da primeira edição de “Stone Art”, em 2021, ainda se faz sentir no número de visitantes ao Codaçal, que tem apenas seis habitantes.
“As pessoas não têm noção daquilo que se passou nos últimos dois anos. Quem vive ali ao pé e quem passa ali, principalmente ao fim de semana, é que se apercebe. Garantidamente, nestes últimos dois anos, passaram ali quase cinco mil pessoas”, afirmou Carlos Cordeiro.
O presidente da junta disse que “ninguém tinha noção” do que iria acontecer com o festival nas pedreiras.
“Ninguém imaginava o sucesso que iria ter, nem eu”, sublinhou, lembrando que há “encontros organizados, de [automóveis] clássicos, motards, e outros”, para ver as pinturas da primeira edição.
O festival é encarado também como forma de reabilitar a imagem e o impacto que a atividade extrativa das pedreiras provoca.
“As pedreiras têm logo aquele negativismo. As pessoas dizem: ‘Pedreiras é mau, dá cabo da natureza’”, mas, depois de ouvir quem visita as pinturas no Codaçal, Carlos Cordeiro garante: “Ninguém diz mal, dizem que é um projeto espetacular, que vale a pena ir lá e ver”.
“A parte mais positiva, além [da criação] dos artistas, é estar aqui a imagem das pedreiras a mudar. E isso é fantástico”.
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