Ouça aqui o episódio do podcast Um Género de Conversa com Thalita Rebouças:

Nestes 50 minutos de conversa com Paula Cosme Pinto e Patrícia Reis, deixa claro que a falsa modéstia não lhe assenta. Além dos livros, já traduzidos em mais de 20 países, Thalita Rebouças assina também filmes na Netflix e está pronta para todos os desafios que possam surgir: “Eu gosto de ser popular. Gosto de ser bestseller. No Brasil, é uma afronta fazer sucesso. Não ganho prémios, mas ganho outras coisas”. Destaca-se pela sua desenvoltura de discurso e pela gargalhada fácil, gosta de escrever para adolescentes e admite que novas ideias são coisa que não lhe falta. Aliás, na sua página de Instagram mostra regularmente a sua capacidade de improviso e faz aquilo a que apelida de “riminhas”. Muito aplaudidas pelo seu meio milhão de seguidores, podem ser sobre política, sobre a menopausa, sobre sexo.

Thalita Rebouças revela que é muitas vezes acusada de não ser mãe, como isso desvalorizasse o seu trabalho, embora todos os livros que escreveu sejam para o público infanto-juvenil. “É uma sacanagem dizerem para você que não será feliz se não tiver filho. Eu sinto-me feliz e plena. É sacanagem dizerem que quem não quer ter filho não gosta de crianças. Eu gosto de crianças, mas não quero educar uma criança. Na dúvida, preferi não ter”. Não é, portanto, mãe, mas sabe tudo sobre adolescentes. Como Nelson Rodrigues, Thalita tem um conselho para eles: “Envelheçam”.  Para ela, ser velho é uma “delícia, a idade traz uma liberdade, e só assim se consegue ser como se é”. Ela não tem qualquer dúvida, sente-se bem nos seus 48 anos de idade: “Eu estou gostosa, gata, sarada”.

Numa conversa sem rodeios, a escritora brasileira comove-se, chama a atenção, ri-se e partilha a vida que escolheu fazer depois de uma relação abusiva: “Quando estamos dentro de uma relação abusiva, nós não vemos. Só pessoas fora veem, mas nós não. Começamos a normalizar grito, xingamento”.

A segunda temporada do podcast "Um Género de Conversa" tem o apoio de: