Las Vegas, 21 dezembro, 2016. Na noite em que a filipina Pia Wurtzbach foi coroada Miss Universo 2015, o concurso ficou marcado por um erro do apresentador do espetáculo, Steve Harvey, que inicialmente anunciou como vencedora a candidata colombiana, Ariadna Gutiérrez.
“Ok, minha gente, parece ter acontecido um erro… Vou ter que pedir desculpas”, disse. E, feita sua sentença, virou-se para a concorrente das Filipinas, que, efetivamente, tinha sido a vencedora. E coroou (novamente) a nova Miss Universo.
Foi um erro que fez correr muita tinta, dividiu opiniões e que virou a Internet do avesso. E esta madrugada, a 89ª. edição dos Óscares ficou marcada por um erro histórico e inédito: enquanto a equipa de "La La Land" já festejava a vitória da estatueta de melhor filme, anunciada por Warren Beatty, o vencedor acabaria por ser o filme de Ben Jenckins, "Moonlight". Este erro acabaria para dar mote a Jimmy Kimmel para "culpar" o apresentador da Miss Universo.
“Pessoal, o que aconteceu, é lamentável. Pessoalmente, culpo Steve Harvey por isto”.
Nas redes sociais desdobraram-se rapidamente em publicações em que se imaginava o estado de espírito do de Harvey após o erro do veterano Warren Beatty.
Steve Harvey que não se tinha ainda pronunciado acerca do erro, fez os primeiros comentários acerca do sucedido na sua conta pessoal do Twitter.
"Bom dia a todos! Fui cedo para a cama na noite passada. Portanto... o que foi que perdi?", escreveu num primeiro momento. Depois, meros minutos mais tarde, nova entrada para dizer aos seus seguidores que eles "SABEM que tenho algo a dizer" sobre o que se havia passado nos Óscares.
Porém, no seu último tweet, resolveu pronunciar-se com algo em concreto: disse a Warren Beatty que este estava disponível para o ajudar a ultrapassar esta situação.
Gafes, erros e insólitos de cerimónias em direto
Mas estas situações estão longe de serem casos únicos. Em 2010, na final em direito do “Australia Next Top Model”, a anfitriã Sarah Murdoch anunciou a vencedora errada. Kelsey Martinovich festejou por breves instantes uma vitória que na verdade tinha sido da outra finalista, Amanda Ware.
Foi uma situação semelhante à vivida no início do ano passado no concurso da Miss Universo, com a pequena diferença que Kelsey Martinovich tinha feito um breve, mas emocionado discurso. Amada chegou inclusive a felicitá-la pela vitória. Esta última ficou perto de dois minutos, na altura com apenas 18 anos, a pensar que era uma finalista vencida do evento.
“Estou a sentir-me nauseada com isto. Peço imensa desculpa por isto. Oh meu Deus! Não sei o que dizer. Isto foi um completo acidente”, disse a apresentadora Sarah Murdoch.
Martinovich que passou de vencedora a vencida, mostrou benevolência para com a apresentadora, tentando acalmá-la, dizendo que “estava tudo bem”.
"Hidden Fences": um filme ficcional de dois títulos
"Hidden Figures". "Fences". São dois filmes completamente diferentes, com um elenco distinto e com enredos que não podiam ser mais antagónicos. O único ponto em comum é que os atores são afro-americanos. E Michael Keaton e Jenna Hager conseguiram confundi-los. (Mas pediram desculpa.)
Em janeiro, na passadeira vermelha e antes de começarem os Globos de Ouro propriamente ditos, a filha do antigo presidente dos EUA, George W. Bush, Jenna Bush Hager, cometeu uma gafe numa entrevista a Pharrel Williams ao "inventar" um novo filme pelo qual artista estava nomeado.
“Estás nomeado pelo “Hidden Fences”, disse Jenna Hager a Williams, que estava nomeado para um Globo de Ouro pela primeira vez na carreira. "Quão porreiro é isso?, perguntou a filha do ex-presidente ao produtor. Apesar do engano, Pharrel não corrigiu, nem teceu comentário sobre a gralha da entrevistadora.
“Fences” é um drama familiar centrado na década de 50 e que valeu a Viola Davies na noite passada um Óscar para melhor atriz secundária. Por sua vez, “Hidden Figures” conta a história de três mulheres negras que trabalharam para a NASA no início dos anos 60.
O trecho da entrevista tornou-se viral nas redes sociais e levou a que Jenna Hager tivesse que pedir desculpa pelo sucedido. "Se ofendi as pessoas, penso imensa desculpa. Foi um erro. Vocês todos sabem que não sou perfeita. Sou autêntica, mas humana. O que não queria fazer, era que alguém se sentisse inferior ao que é", disse no programa Today, da NBC.
Mas não se pense que Hager foi caso único. Também o ator Michael Keaton repetiu a gafe durante a sua apresentação para Melhor Atriz Secundária quando estava a anunciar a nomeação de Octavia Spencer nos Globos de Ouro.
Apanhado por um repórter do tabloide TMZ à saída de um restaurante, Keaton pediu desculpas pelo sucedido. "Tornemos isto oficial: Estou arrependido, peço desculpa. Fiz asneira."
Óscares, 1934
Nos moldes em que ocorreu, pode considerar-se que a situação vivida esta madrugada na cerimónia das AMPAS (academia que organiza os Óscares) foi algo inédito. Porém, não foi primeiro caso em que alguém saltou da cadeira para o palco para no final ter que regressar ao lugar de mãos a abanar.
Durante a cerimónia em 1934, Will Rodgers anunciou o galardão para Melhor Realizador com um audível: “Vem daí e vem buscá-lo, Frank!”.
Não havia sido cometida nenhuma gafe por parte do anunciante. Nada de alarmante. Porém, nos nomeados para a categoria, não havia somente um Frank. Assim, quando já se dirigi para o palco, acreditando que havia ganho o prémio pela realização de Lady For a Day, o vencedor foi, de facto, Frank Lloyd, por Cavalcade.
Capra descreveu o momento, anos mais tarde, como a mais “longa, triste e devastadora caminhada da sua vida” quando retornava para a sua mesa.
Katy Perry sobe ao palco e recebe prémio errado
Cannes, França. Em 2009, a cantora pop norte-americana recebeu um prémio que afinal estava destinado… a Rihanna. Era um dos principais prémios dos NRJ Music Awards e da noite, numa cerimónia criada pela rádio francesa NRJ que tem como intuito premiar os melhores artistas da música internacional e locais.
O anfitrião Nikos Aliagas chamou a Perry para subir ao palco para ir buscar o troféu que ia distinguir a cantora para a “Melhor Canção Internacional”. O que foi um erro porque a vencedora foi a Rihanna pela canção “Disturbia”.
Ainda assim, apesar de ter que devolver o prémio, a cantora não ficou de mãos abanar, pois acabaria por ser distinguida com o “Melhor Álbum Internacional”, pelo disco “One of the Boys”.
O aniversariante Michael Jackson que discursou perante um prémio fictício
Em 2002, o rei da pop festejou 44 anos. E foi com o intuito de parabenizar o cantor, que Britney Spears, o convidou para subir ao palco dos MTV Video Music Awards.
Este convite por parte da artista acabou por originar um dos momentos mais insólitos da história da entrega dos prémios, porque Michael Jackson acabaria por aceitar e dar um pequeno discurso por uma distinção fictícia.
A confusão ocorreu porque Spears se referiu a Jackson como "o artista do milénio". E isso levou a que o cantor pensasse que se tratava de um prémio. Mas não. Os produtores do evento só queriam oferecer um bolo e uma prenda - que se assemelhava um prémio e poderá ter ajudado à confusão. A audiência ficou um pouco confusa, mas não deixou de o aplaudir de pé.
Com amigos destes, ninguém precisa de inimigos. Que o diga o DJ Brandon Block
Em janeiro deu entrada na versão para celebridades do programa Big Brother britânico. Se bem que não é muito conhecido por cá ou pelos mais novos, Brand Block é um nome incontornável dos Brit Awards. Porquê? Porque passados quase 20 anos, protagonizou um dos episódios mais insólitos dos prémios ao subir ao palco sem ter qualquer tipo de ligação com o que ali se estava a passar: não estava nomeado, não era apresentador, nem se tratava de um convidado surpresa. Estava no palco devido um desafio lançado por um amigo.
Nesse momento, Ronnie Wood dos Rolling Stones estava a partilhar os holofotes do palco com a atriz Thora Birch (Beleza Americana) quando ambos se preparavam para galardoar o filme Nothing Hill com o prémio de melhor banda sonora. Até Block decidir fazer-lhes companhia.
Num primeiro momento, o guitarrista até pode ter achado graça. Mas com a insistência de Block em permanecer no palco e a sua recusa em sair deste, levou a uma troca de galhardetes entre os dois. Mais: depois se ter soltado de um segurança que estava a tentar escoltá-lo para fora do palco, Block escapou-se para voltar a dirigir-se a Wood. Este, sem rodeios, deu-lhe "um banho" com a bebida que tinha em punho.
Longe da ribalta de outros tempos, Block era um DJ famoso no mundo noturno de Londres durante os finais dos anos 90, inícios de de 2000.
Nós por cá: a noite em que Humberto Bernardo se distraiu. “Bom, bom, bom, bom. Enganei-me. Carla, a culpa é minha. E agora?”
Humberto Bernardo foi Steve Harvey antes de Steve Harvey ser Steve Harvey. Um pouco de contexto para explicar ou recordar um momento que marcou o concurso de Miss Portugal.
Em pleno concurso para a eleição da Miss de Portugal em 1997, Humberto Bernardo baralha-se por completo ao fazer confusão com a distinção entre a Segunda Dama de Honor com a vencedora do título principal.
"Bom, bom, bom, bom. A culpa, a culpa é minha! Carla, e agora? Eu enganei-me”, explicou-se Bernardo à anfitriã que o acompanhava na apresentação da gala, Carla Caldeira.
Icília Berenguel não era a segunda Dama de Honor, mas sim a Miss Portugal. Houve direito a colocação de faixa com direito a flores antes de ser detetado o erro. Bem no epicentro desta situação, o anfitrião perguntava: "Isto não é possível, pois não?"
Já passaram 20 anos redondos deste acontecimento. No entanto, para muitos, este continua a ser um momento incontornável dos diretos em Portugal. O engano de Warren de ontem só serviu que a Internet voltasse a revivê-lo. E o próprio Humberto Bernardo também.
"Warren, um conselho: se estragas o espetáculo e se entrares numa de dizer ‘não fui eu’ prepara-te para nunca mais seres convidado para apresentar. Tipo, NUNCA MAIS”, escreveu Bernardo na sua página de Facebook.
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