O protesto começou cerca das 13:30 na avenida da Liberdade. Decorreu ao som do ritmo alegre dos tambores tocados por alguns dos ativistas que se juntaram à marcha do clima convocada para 150 cidades, entre os quais voluntários da Climáximo, SOS Salvem o Surf, Extintion Rebellion, Diem 25 e Climate Reality Project.

Além das palavras de ordem, como “não ao furo, sim ao futuro” – uma alusão aos projetos da Australis para a zona centro do país –, os manifestantes traduziram também o móbil deste protesto em cartazes com dizeres como “mar a avançar e os políticos a cagar”, ou “send goodvibes, not emissions” (“enviem boas vibrações, não emissões”), “we will always not have Paris” (“não teremos sempre Paris”) e “furem a vossa prima”.

O momento alto do protesto aconteceu com uma performance durante a qual a sede da Australis em Portugal e uma torre simbólica representando a exploração petrolífera, encimada por um cravo, foram rodeadas com uma linha vermelha tricotada.

"A Australis quer fazer dois furos, em Aljubarrota e Bajouca, no próximo ano e a nossa intenção, ao rodear a torre com linha vermelha, é dizer que não queremos isso", explicou o ativista da Climáximo João Costa, adiantando que o principal propósito da manifestação é apelar para a ação climática, pedindo aos líderes mundiais para que adotem medidas contra as emissões de gases com efeito de estufa.

Ana Matos, de 40 anos, veio também a avenida da Liberdade "pedir ação" e mostrar o seu comprometimento com a defesa do clima, acompanhada dos filhos Daniel e Alice que quiseram levar um cartaz para mostrar o seu apoio à preservação do ambiente.

"Não há planeta B", lia-se no cartaz pintado pelas crianças.

Maria João Justino Alves, da SOS Salvem o Surf, salientou que "no contexto atual não faz qualquer sentido estratégias de investimento e políticas de curto e médio prazo alinhadas com formas de produzir e fontes de energia que têm 90 anos de existência".

A ativista considerou que se "as empresas de energia que querem investir em Portugal devem investir em energias alternativas", como a solar ou a eólica, e desenvolverem estratégias de negócios na área ambiental.

O turco Sinan Eden, há sete anos residente em Portugal, lembrou que em "dois anos de luta" foram travados 13 dos 15 contratos de exploração de petróleo e gás (o mais recente em Alzejur).

"Somos um risco de investimento para estas empresas. Estamos aqui para dizer que vamos resistir", disse o ativista da Climáximo em frente à sede da Australis.

O dia de ação global em defesa do clima foi denominado "Climate Alarm" e estendeu-se a 20 países de cinco continentes.

Os ativistas portugueses lançaram também o apelo a um Acampamento de Ação contra o Gás Fóssil e pela Justiça Climática, a ter lugar no verão 2019.