Numa comunicação aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, o presidente da Groundforce explica que tem vindo a existir "uma crescente recuperação da atividade", que permite "olhar com serenidade para o futuro", mas essa retoma ainda não permite voltar a operar nos níveis anteriores à pandemia de covid-19, que praticamente paralisou os aeroportos.

Assim, prossegue, "os pressupostos que levaram a empresa a tomar as medidas e a adotar o regime de 'lay-off' simplificado mantêm-se e por isso a empresa de assistência nos aeroportos decidiu adotar as medidas enquadradas no novo mecanismo designado por apoio extraordinário à retoma progressiva [que sucede ao 'lay-off' simplificado", explicando que todos os trabalhadores vão retomar a atividade, com reduções do horário de trabalho.

"É um importante passo para que a economia e a nossa atividade regressem, aos poucos, ao seu ritmo normal", considera Paulo Neto Leite, referindo que, nos primeiros sete meses do ano, a Groundforce perdeu 50 milhões de euros de receita, num total de 79 milhões de euros.

"Para o mês de agosto já estão previstos mais movimentos do que nos meses anteriores, mas mesmo assim muito abaixo do que desejaríamos. Estão previstos 9.634 movimentos, que comparam com os 22.882 que estavam previstos", adianta na comunicação aos trabalhadores.

Dos cerca de 2.600 trabalhadores da Groundforce, cerca de 1.000 (40,4% do total) ficarão com 5% de redução do período normal de trabalho, 899 pessoas (33,6% do total) ficarão com 20% de redução do período normal de trabalho, 66 pessoas (2,5% do total) com 40% de redução e 630 pessoas (23,5% do total) com 70%, segundo o documento.

"A redução média de trabalho na nossa empresa será de 26,2%. Para os 73,8% de tempo ao serviço, os trabalhadores receberão em média cerca de 91,3% da sua remuneração", avançou, adiantando que os trabalhadores vão agora ser informados individualmente das condições do novo regime criado pelo Governo para apoiar as empresas penalizadas pela pandemia de covid-19.

Também a transportadora aérea TAP vai recorrer a este mecanismo de apoio às empresas, segundo informou ao mercado na quarta-feira.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 667 mil mortos e infetou mais de 17 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Portugal contabiliza pelo menos 1.727 mortos associados à covid-19 em 50.868 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde.