"A partir deste momento, as comemorações são em Cabo Verde", declarou Jorge Carlos Fonseca, à chegada à Cidade da Praia, considerando "uma grande honra" que o Estado português tenha decidido comemorar o seu dia nacional em território cabo-verdiano.

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, também viajou no mesmo Falcon da Força Aérea Portuguesa, que aterrou no Aeroporto Internacional Nelson Mandela perto das 17:40 locais (19:40 em Lisboa), confirmou a Lusa junto de fonte da Presidência da República.

Num outro avião Falcon, que chegou praticamente à mesma hora, vieram outros integrantes da comitiva oficial destas celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Cabo Verde, que decorrem entre hoje e terça-feira, divididas entre as ilhas de Santiago e de São Vicente.

As comemorações do 10 de Junho tiveram início em Portalegre, onde Jorge Carlos Fonseca também esteve, hoje de manhã, a assistir à cerimónia militar, na qual, simbolicamente, houve uma representação das Forças Armadas de Cabo Verde.

Em breves declarações no aeroporto, com Marcelo Rebelo de Sousa ao seu lado, o Presidente de Cabo Verde falou numa "grande cumplicidade entre os dois países", acrescentando: "O relacionamento é excelente. Há uma grande sintonia quanto a valores essenciais, a visão que temos do mundo, entre responsáveis políticos portugueses e cabo-verdianos".

Em seguida, o Presidente português concordou que existe "convergência que, sendo de princípios, de valores, como foi dito, é antes do mais de pessoas".

"Nós gostamos muito uns dos outros, nós damo-nos muito bem. Muito obrigado, senhor Presidente, por nos receber aqui", afirmou, dirigindo-se para o seu homólogo cabo-verdiano.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, as comemorações do 10 de Junho em Cabo Verde representam "um duplo encontro, um encontro de Portugal com as portuguesas e os portugueses da diáspora” na “pátria irmã de Cabo Verde" - que são, no total, cerca de 21 mil, espalhados por várias ilhas - "e, ao mesmo tempo, um encontro entre Cabo Verde e Portugal".

"Estamos espalhados pelo mundo em diásporas que quase se sobrepõem: onde existe um cabo-verdiano existe um português, onde existe um português, existe um cabo-verdiano. E é assim há muito, muito tempo", referiu.

Em Cabo Verde, além do Presidente da República e do primeiro-ministro, estão os ministros da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, e os deputados Feliciano Barreiras Duarte, do PSD, Carlos Pereira, do PS, Maria Manuel Rola, do BE, Pedro Mota Soares, do CDS-PP, e João Dias, do PCP.

Em 2016, ano em que tomou posse como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa lançou um modelo inédito de comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, acertado com o primeiro-ministro, em que as celebrações começam em território nacional e se estendem a um país estrangeiro com comunidades emigrantes.

Nesse ano, o Dia de Portugal foi celebrado entre Lisboa e Paris. Em 2017 as comemorações foram no Porto e nas cidades brasileiras do Rio de Janeiro e São Paulo. E em 2018 dividiram-se entre Ponta Delgada, nos Açores, e as cidades de Boston, Providence e New Bedford, na Costa Leste dos Estados Unidos da América. Neste ano, decorrem em Portalegre e em Cabo Verde.

Por: Inês Lima da agência Lusa