“A construção do Trecho Aveiro/Porto da LAV [linha de alta velocidade] implicará um investimento de 1,65 mil milhões de euros, dos quais 500 milhões provêm de fundos europeus e o restante será financiado através de contratos de concessão da conceção, construção, manutenção e financiamento”, pode ler-se no resumo não técnico do Estudo de Impacto Ambiental encomendado pela Infraestruturas de Portugal (IP).

No documento, colocado hoje em consulta pública no portal participa.pt até 16 de junho, pode também ler-se que “a duração dos trabalhos de construção está estimada em quatro anos”, faltando ainda, para o início dos trabalhos, as declarações de impacte ambiental favoráveis e a definição do modelo de construção.

A linha de alta velocidade “será construída em via dupla eletrificada, com uma velocidade máxima de projeto de 300 km/h, para tráfego exclusivamente de passageiros”, com condicionantes relativas à aproximação às estações de Santo Ovídio (Gaia) e Campanhã (Porto).

Assim, a redução dá-se “na ordem dos 250 km/h até 160 km/h, na aproximação à Estação de Santo Ovídio”, e “entre 120 km/h à saída de Santo Ovídio e 70 km/h à chegada à estação Porto-Campanhã”.

O projeto prevê ainda a ligação à linha do Norte em várias soluções alternativas, possibilitando a chegada de serviços de alta velocidade à atual estação de Aveiro.

A linha será em “bitola ibérica (distância de 1.668 mm entre carris) dada a articulação que tem com a restante rede nacional, mas tendo em vista a interoperabilidade com o sistema europeu, integra travessas polivalentes que permitem, em caso de necessidade, a passagem para esse sistema europeu (distância de 1435 mm entre carris)”.

No total do projeto Porto-Aveiro, são propostas as soluções de traçado A e B, dois “corredores alternativos com início comum em Oiã”, no concelho de Oliveira do Bairro (distrito de Aveiro), e “final na agora prevista estação AV de Vila Nova de Gaia, localizada em Santo Ovídio”, com 66 quilómetros de extensão.

Já a solução C é a única proposta “entre a estação de Santo Ovídio e a Estação de Campanhã e maioritariamente em túnel até à aproximação da travessia do Douro, onde transpõe o rio através de uma nova ponte rodoferroviária e entrada na atual estação de Campanhã (lado nascente)”, com 4,4 quilómetros.

Para a ligação à linha do Norte, foram estudadas “três alternativas possíveis” na zona de Canelas, no concelho de Estarreja (distrito de Aveiro), havendo também quatro alternativas de interligações entre os traçados da solução A e B.

O troço Porto-Aveiro é o lote A da ligação Porto-Soure, que corresponde à primeira fase da linha Porto-Lisboa, cujo arranque está previsto para 2028.

“No âmbito da totalidade da LAV Lisboa/Porto, prevê-se que, tendo como horizonte o ano de 2036, a procura anual, no cenário tendencial, seja da ordem dos 14,06 milhões de passageiros, contra 8,35 milhões no cenário sem LAV”, refere o Estudo.

O projeto de alta velocidade prevê ainda a ligação entre o Porto e Vigo, na Galiza, com passagem no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em Braga e em Valença (distrito de Viana do Castelo).