As conclusões foram reveladas por Jean-March Sauve, presidente da Comissão Independente sobre os Abusos da Igreja (Ciase), responsável por conduzir esta investigação sobre abusos sexuais na igreja católica em França.
Sauve indicou que a comissão identificou cerca de 2.700 vítimas, mas que um estudo mais amplo, levado a cabo por grupos de pesquisa, estimou que existissem cerca de 216 mil — número que pode subir para 330 mil caso se incluam na análise casos de abusos sexuais perpetrados por "agressores leigos que trabalham em instituições da Igreja Católica", nomeadamente nas capelanias, professores nas escolas católicas ou em movimentos juvenis.
Este é o mais recente caso na igreja católica, que tem vindo a ser abalada por escândalos de abuso sexual nos últimos 20 anos.
Estes abusos em França eram sistémicos e a igreja não só falhou em adotar medidas para os prevenir, como fez vista grossa, deixando de denunciar os abusos e, por vezes, mantendo as crianças em contacto com os abusadores, disse Sauve.
Segundo o porta-voz, o problema permaneceu, já que até aos anos 2000 a igreja católica mostrou "completa indiferença" às vítimas, tendo começado a mudar de atitude apenas a partir de 2015-2016.
Esta comissão foi criada em 2018 por bispos católicos franceses com o objetivo de investigar os abusos sexuais na igreja católica francesa e, dessa forma, restaurar a confiança na instituição religiosa.
Comentários