Num comunicado e vídeo enviado às redações, Francisco Rodrigues dos Santos recorda que o CDS-PP apelou a que se alterasse o modelo de comemorações do 25 de Abril, tendo defendido em alternativa uma mensagem do Presidente da República ao país, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.
"A Conferência de Líderes insistiu em manter a cerimónia, apesar da discordância do CDS, concentrando centenas de pessoas num espaço fechado, algumas delas pertencentes a grupos de risco", lamentou, considerando que esta decisão "dá um péssimo exemplo aos portugueses e não respeita os sacrifícios que estão a fazer".
O líder do CDS salienta que tem sido pedido aos portugueses que "não participem em celebrações religiosas como a Páscoa, que não abracem os seus filhos, pais e avós, que não se despeçam dos seus entes queridos que morreram, que fiquem fechados em casa mesmo que isso tenha levado milhares ao desemprego, que fechem as empresas, e que não vão trabalhar ainda que não tenham como pagar as suas contas".
"A democracia fora do parlamento, não pode valer menos do que a democracia dentro do parlamento. O 25 de Abril não se fez para separar ainda mais as elites do povo, nem para que uns fossem mais livres do que os outros", refere.
Por essa razão, acrescentou, usará a liberdade que se assinala no 25 de Abril para o que considera ser "agir com responsabilidade e honrar os sacrifícios dos portugueses".
"Não sendo deputado, irei comemorar a data como todos os portugueses que estarão confinados e prescindirei do lugar que o Protocolo do Estado me reservaria", aponta, acrescentando que apenas estará presente na sessão um elemento do grupo parlamentar do CDS-PP.
"Portugal pede-nos que estejamos à altura do nosso povo, mas não que estejamos acima dele", conclui.
A Assembleia da República decidiu na quarta-feira realizar a sessão solene do 25 de Abril no parlamento, embora com um terço dos deputados (77 dos 230 parlamentares) e menos convidados, com o gabinete do presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, a estimar que estejam presentes cerca de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.
A decisão da conferência de líderes teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP - que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país - e o Chega foram contra.
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