O secretário-geral da APMCH, Frederico Mendes Paula, explicou à agência Lusa que a direção deliberou atribuir o prémio a Salgueiro Maia, no ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, “por proposta” do atual presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita.
“O presidente da câmara propôs na qualidade de associado e membro da direção”, acrescentou.
Frederico Mendes Paula indicou ainda que, no decorrer da cerimónia, o prémio vai ser entregue à viúva de Salgueiro Maia.
A sessão solene de entrega do prémio nacional “Memória e Identidade”, da APMCH, vai decorrer pelas 15:00, no Salão Nobre da Câmara de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre.
“A cerimónia conta ainda com intervenções do presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, do presidente da direção da APMCH, Hugo Pereira, e do presidente do Conselho de Curadores dos Centros Históricos, José Miguel Noras”, acrescentou.
Em 01 de julho de 2021, foi inaugurada naquela vila alentejana a Casa da Cidadania Salgueiro Maia, um investimento de três milhões de euros.
Situado no castelo daquela vila, o espaço acolhe várias peças de Salgueiro Maia, entre as quais o conhecido megafone com que, em 25 de Abril de 1974, no Largo do Carmo, o então capitão intimou Marcello Caetano a render-se.
O espaço museológico exibe também o uniforme e o “quico” militar que envergava nesse dia, entre outros uniformes, divisas, flâmulas, estandartes e pendões, insígnias, diplomas e louvores, documentos militares e fichas escolares pertencentes a Salgueiro Maia.
Uma área com cartazes e fotografias e uma coleção de miniaturas de carros de combate, a especialidade do militar como oficial de cavalaria e a sua grande paixão profissional, são outras das valências da Casa da Cidadania Salgueiro Maia.
Fernando Salgueiro Maia (1944-1992) foi o comandante da coluna militar da Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, que, no dia 25 de abril de 1974, ocupou a Praça do Comércio e cercou o Quartel do Carmo, em Lisboa, levando à rendição do então presidente do Conselho, Marcello Caetano, e à definitiva queda da ditadura do Estado Novo.
Natural de Castelo de Vide, o capitão de Abril expressou duas vontades em testamento, que foram cumpridas: ser sepultado naquela vila, em campa rasa, e deixar o seu espólio ao município para que fosse objeto de musealização.
O prémio vai ser entregue no mesmo dia em que se assinala o Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses, que distingue “o aniversário do patrono do municipalismo em Portugal, Alexandre Herculano”, explicou o secretário-geral da APMCH.
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