O Presidente da República chegou ao hemiciclo do parlamento um minuto depois das 10:00, de cravo vermelho na mão, envergando gravata no tom azul celeste que costuma usar, tendo-se ouvido o hino nacional tocado pela banda da GNR, entoado em coro pelos presentes.
Antes, Marcelo Rebelo de Sousa cumprimentou os antigos Presidentes da República Cavaco Silva e Ramalho Eanes, que se encontravam na sala do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, numa altura em que o antigo chefe de Estado Jorge Sampaio já se encontrava sentado na galeria.
Os tons de vermelho pontuam o hemiciclo do parlamento, entre os cravos vermelhos, que são uma constante ao peito dos membros do Governo, dos deputados das bancadas do PS, PCP, BE e PEV, mas também de muitos sociais-democratas, incluindo o seu presidente, Rui Rio.
Alguns deputados dobraram a cor rubra com uma gravata a condizer, como o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, bem como o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Entre as deputadas, muitas optaram pelo vermelho integral, caso das socialistas Isabel Moreira e Wanda Guimarães, enquanto a sua companheira de bancada Isabel Santos enverga verde bandeira integral, em que se destaca um cravo vermelho, à semelhança da deputada comunista Rita Rato.
Na chegada ao parlamento, o líder do PSD, Rui Rio, foi dos mais madrugadores, encontrando-se dentro do hemiciclo do parlamento pelas 09:20, numa altura em que poucos convidados ali se encontravam, entre os quais o antigo presidente do CDS e ex-ministro do Estado Novo Adriano Moreira e o histórico comunista Domingos Abrantes.
A sessão solene terminará com os discursos de Ferro Rodrigues e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. No final da sessão irá ouvir-se a canção de José Afonso “Traz outro amigo também”, interpretada pelo Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.
Será a terceira vez que o chefe de Estado discursará na sessão solene do 25 de Abril, ocasião que, em anos anteriores, aproveitou para expressar preocupação com a vitalidade do sistema político.
Do parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Assembleia da República seguirão para a zona sul do jardim do Campo Grande, onde será inaugurado, pelas 13:00, o jardim Mário Soares. Na cerimónia de inauguração das obras, que representaram um investimento de 1,2 milhões de euros, estará também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
Duas horas depois partirá do Marquês de Pombal o tradicional desfile popular, organizado pela Associação 25 de Abril. Sob o lema “Abril de novo, com a força do povo”, o desfile seguirá até ao Rossio.
Este ano, às habituais presenças do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e da coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, juntar-se-á o ex-ministro das Finanças do governo grego liderado por Tsipras, em 2015, Yanis Varoufákis. Militares e polícias também deverão participar no desfile popular, em protesto pelo “não descongelamento” das carreiras.
Também à tarde, a partir das 15:15, o parlamento abre as portas ao público para visitas livres e atividades culturais.
Pela primeira vez, os visitantes vão poder circular entre o edifício da Assembleia da República e a residência oficial do primeiro-ministro, espaços ligados por jardins comuns e, seguindo um itinerário pré-definido, poderão conhecer alguns espaços do Palácio de São Bento que habitualmente não estão abertos ao público.
Estão previstas atuações musicais do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra e da Orquestra Juvenil da Academia Musical dos Amigos das Crianças. Uma exposição sobre o “Mosteiro de São Bento da Saúde: de casa religiosa a sede do parlamento”, que assinala os 400 anos do edifício onde hoje está sediada a Assembleia da República, será uma das mostras patentes ao público no dia 25 de abril.
Na residência oficial do primeiro-ministro, os visitantes poderão ver a chaimite Bula, que foi comandada pelo capitão Salgueiro Maia nas operações militares em 25 de Abril de 1974 e um espaço dedicado ao Orçamento Participativo Portugal 2018.
A chaimite Bula, que também transportou o último presidente do Conselho do Estado Novo, Marcello Caetano, quando saiu do Quartel do Carmo após a rendição, estará estacionada nos jardins de São Bento ao lado de um conjunto de fotografias de alguns dos momentos mais marcantes do dia da revolução.
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