É uma “tradição” norte-americana com mais de uma década: organizar festas e maneiras diferentes para revelar os resultados das ecografias, e, através dos órgãos sexuais do feto, antever o sexo. Se menino, fazem-se decorações em tons de azul, se menina, em cor de rosa.
Na noite desta terça-feira, em Kingson, uma cidade no estado norte-americano de New Hampshire, a festa de uma família foi, muito literalmente, bombástica: os explosivos usados anunciaram, de facto, que há um nascituro do sexo masculino, mas também dispararam os alertas de sismo.
A polícia foi chamada a uma pedreira, onde encontrou a família, que admitiu estar a fazer a festa com explosivos. Mais precisamente, com 36 quilos de Tannerite, um produto normalmente usado como alvo para o treino de armas. Segundo as autoridades, a família foi para a pedreira por achar que era o local mais seguro para detonar os explosivos.
Mas para os habitantes mais próximos, o rebentamento sentiu-se nas casas, alguns relatando mesmo danos nas fundações dos edifícios. Uma residente disse que até quadros lhe caíram das paredes.
Apesar disso, não há registo de ferimentos e a pessoa que comprou e detonou o engenho já se entregou às autoridades.
A celebração do sexo biológico dos nascituros tem sido uma tendência nos Estados Unidos, que se vai alastrando a outros países. Mas para além de ser uma prática questionável à luz das múltiplas nuances que envolvem o género, a extravagância tem trazido incêndios florestais — e até mortes.
Em março, dois pilotos morreram quando o avião onde seguia se despenhou nas águas de Cancun, quando estava a despejar uma substância cor de rosa.
No ano passado, um engenho de fumo usado na Califórnia deflagrou um incêndio que destruiu mais de 2.800 hectares de terra. Em 2017, no Arizona, o azul de um explosivo espoletou um fogo que consumiu 19 mil hectares.
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