“Estamos apreensivos em relação ao resultado final disto tudo. (…) Se todos nós não estivermos disponíveis para pressionar, para lutar com toda a nossa força, com os meios que temos ao nosso alcance, para conquistar este direito que nos foi retirado”, o poder político “não vai ceder”, afirmou à Lusa Timóteo Macedo, no dia em que 57 associações de imigrantes se reúnem para discutir medidas de luta.
Em junho, o Governo alterou a lei de estrangeiros e, entre outras medidas, extinguiu a figura das manifestações de interesse, um recurso jurídico que permitia a legalização de imigrantes em Portugal que tivessem chegado ao país com visto de turista.
Este recurso era o mais utilizado nos processos de regularização e o principal motivo dos atrasos no sistema, que conta com 400 mil casos pendentes.
A medida gerou vários protestos junto das associações do setor e, desde então as principais estruturas reuniram-se com o Presidente e vários grupos parlamentares para sensibilizar o poder político para o problema.
"Estamos muito apreensivos em relação às audiências que tivemos, nomeadamente com o grupo parlamentar do PS”
Hoje, “nós vamos essencialmente prestar contas também daquilo que fizemos e queremos muito organizar a ação da rua que vamos preparar para o mês de outubro, se tudo correr bem até lá”, afirmou Timóteo Macedo, que lamentou a falta de compromisso dos principais partidos em alterar a lei.
“Nós estamos muito apreensivos em relação às audiências que tivemos, nomeadamente com o grupo parlamentar do PS”, que não se comprometeu em repor a situação anterior, com a possibilidade de reintrodução das manifestações de interesse, disse.
“Todo o mundo já sabe o discurso de retórica sobre o que é que representam os imigrantes para este país e para o futuro da Europa”, mas são necessárias “medidas concretas” que resolvam os problemas.
O PSD não recebeu o movimento associativo, que pediu audiências com todos, mas Timóteo Macedo considera que é tempo de mostrar a força dos imigrantes, com protestos na rua.
“Estamos preparados para fazer estas ações na rua, que é a única arma que temos disponível ao nosso alcance neste momento”, explicou.
A reunião tem lugar esta tarde e junta as principais associações de imigrantes do país.
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