Nos últimos três anos, morreram 757 idosos sozinhos em casa nos centros urbanos portugueses, revelou à Lusa a PSP.
De acordo com os dados fornecidos pela força policial, presente nas cidades e em vilas de maior dimensão, em 2022 morreram sozinhas em casa 258 pessoas com mais de 65 anos, em 2023 outras 237 e em 2024 mais 262, num total de 757.
Do total de mortes, 60% (455) foram de homens e 40% (302) de mulheres.
As situações “ocorreram um pouco por todo o país” e chegaram ao conhecimento da PSP “através de vizinhos, familiares ou amigos”.
Em resposta à Lusa, a Polícia de Segurança Pública recorda que no ano passado foram sinalizados durante a operação de proximidade “A Solidariedade Não Tem Idade – A PSP com os idosos” 918 pessoas com mais de 65 anos, das quais 487 “foram de imediato encaminhadas para instituições de apoio social”.
Do total de idosos sinalizados, 629 eram mulheres e 289 homens.
Em termos globais, desde o início de 2024 foram realizados “5.903 contactos individuais com idosos”, a maioria em casa destes e por iniciativa dos polícias das Equipas de Proximidade e Apoio à Vítima (EPAV) da PSP, “muitas vezes, a única companhia ou ‘cara amiga'” que aquelas pessoas têm.
Como combater o isolamento dos idosos?
A Linha do Cidadão Idoso é uma linha telefónica gratuita especialmente vocacionada para os problemas da população com uma idade mais avançada, prestando informações sobre os direitos e apoios que assistem aos mais velhos, nomeadamente em áreas como a saúde, segurança social, habitação, equipamentos e serviços.
Basta ligar-se para o número 800 20 35 31 (chamada gratuita).
Os colaboradores do Provedor de Justiça, que fazem o atendimento da Linha do Cidadão Idoso, disponibilizam os esclarecimentos pretendidos, podendo, se o caso o justificar, encaminhar a situação para as entidades competentes (por exemplo, para a Segurança Social) e contactar com as instituições pertinentes, como estabelecimentos de saúde.
Também o governo sugere algumas medidas para ajudar a população idosa, nomeadamente através da Segurança Social, que tem disponível um serviço que presta cuidados a famílias ou pessoas que se encontrem no seu domicílio, em situação de dependência física e ou psíquica e que não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas ou a realização das atividades instrumentais da vida diária, nem disponham de apoio familiar para o efeito.
São exemplos deste serviço os cuidados de higiene pessoal e habitacional, o fornecimento e apoio nas refeições, atividades de animação e socialização e o transporte, entre outros. Pode ser consultada aqui mais informação sobre como pedir o serviço de apoio domiciliário a pessoas idosas.
Existem também estruturas residenciais e alojamentos coletivos para idosos, de utilização temporária ou permanente. Pode ser consultada aqui mais informação sobre como pedir o apoio social de estruturas residenciais para pessoas idosas.
Existem também famílias capazes de integrar pessoas idosas, temporária ou permanentemente, de modo a proporcionar-lhes um ambiente estável e seguro. Pode ser consultada aqui mais informação sobre como pedir o apoio social relativo a acolhimento familiar para pessoas idosas.
Os centros de dia prestam um conjunto de serviços que contribuem para a manutenção do seu meio social e familiar, das pessoas com 65 e mais anos. Pode ser consultado aqui mais informação sobre centros de dia para pessoas idosas.
Outras medidas incluem ainda centros de convívio, os centros de noite e os centros de férias. Esta informação pode ser consultada aqui.
Recorde-se que os idosos de baixos recursos que já tenham feito 66 anos e 5 meses de residência em Portugal, de baixos recursos, podem pedir o complemento solidário para idosos (CSI), um apoio pago mensalmente.
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