Segundo o jornal, este estudo acontece no âmbito de um projeto europeu e concluí que 96,7% dos portugueses não utilizam qualquer dispositivo móvel quando estão a conduzir, uma percentagem que é maior, 98%, em auto-estradas nacionais.
O Público sublinha que os resultados são semelhantes a outros países e contrariam os dados sobre infrações e acidentes relacionados com o uso deste dispositivo.
O estudo foi realizado no âmbito do projeto europeu Baseline em que, com observação direta, os investigadores procuraram medir uma série indicadores de desempenho do sistema do transporte rodoviário (IDS) tendo em conta a segurança. Entre estes estão a distração ao volante, motivada pelo recurso ao telemóvel ou outros dispositivos semelhantes.
Em termos de metodologia foi usada a observação de condutores aleatórios, em pelo menos dez locais de cada um de três tipos de vias (auto-estradas, estradas interurbanas e urbanas), durante trânsito fluido (sem filas ou semáforos por perto, por exemplo), revela o jornal. Neste estudo era exigido observações de dois mil condutores (para todo o tipo de veículos, com particular incidência nos ligeiros de passageiros), sendo obrigatória a observação, no mínimo, de 500 por cada categoria de estrada.
Segundo o Público, em Portugal ultrapassou-se esses valores e formam observados 3834 em 15 arruamentos urbanos, 12 estradas interurbanas e 11 auto-estradas, sendo que o total de observações em cada uma destas vias foi, respectivamente, de 1178, 1504 e 1152. Os dados foram recolhidos em 2022.
As conclusões agora divulgadas indicam que a “percentagem de condutores que não usam dispositivos móveis na mão” foi de 98% nas auto-estradas e 97% nos dois outros tipos de via, diz o jornal. Sabe-se ainda que os condutores de autocarros nas auto-estradas e estradas interurbanas obtiveram um resultado de 100% (nenhum foi visto com um telemóvel), ficando os condutores de ligeiros de mercadorias, em todas as vias, com a percentagem mais baixa: 95%.
O jornal sublinha ainda que dos 15 Estados-membros que participaram no estudo, todos apresentaram percentagens de condutores que não utilizavam dispositivos móveis na mão enquanto conduziam acima dos 90%, tendo a percentagem global mais baixa ocorrido na Letónia (90,5%) e a mais elevada na Finlândia (98,3%). Com melhores resultados do que Portugal (96,7%) ficaram também a Alemanha (97,9%), a República Checa (97,2%) e a Bélgica (96,8%).
Recorde-se que a lei nacional apenas permite o uso de telemóvel ou dispositivos móveis durante a condução se for utilizado com recurso ao sistema mãos-livres sendo também proibido auscultadores. Quem não cumprir esta lei pode arriscar-se a pagar 120 e os 600 euros sobre esta infração e se resultar num acidente com morte ou ferimentos nos envolvidos, o valor varia entre os 250 e os 1250 euros. Pode ainda ficar-se inibido de conduzir até um ano e, em caso de reincidência, os limites das coimas duplicam.
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