"Chega ao fim um ciclo longo em que cuidei do PSD e em que contei como uma colaboração sem limites, se tivesse de agradecer a todos que me ajudaram estes anos teria de demorar muito mais tempo", começou por dizer o antigo primeiro-ministro fortemente aplaudido.
Num dos discursos mais aguardados da noite, Passos Coelho começou por dizer que o seu governo não falhou ao país, afirmando que hoje, mais importante do que tudo é falar sobre o futuro do partido e não do passado.
"Quisemos ser um partido próximo da realidade sem dogmatismo sem nos gabarmos de termos a resposta certa, a resposta para todos os problemas. Não procurámos respostas artificiais. Procurámos em cada momento encontrar o caminho certo", acrescentou.
"Hoje temos uma solução que do ponto vista político não oferece grandes dúvidas. temos um governo centrado no curto prazo, que tem de fazer a espargata para agradar a todos", disse Passos Coelho.
De seguida, invocando Francisco Sá Carneiro, fundador do partido, numa intervenção no parlamento, que dizia que "falaria pouco de ideologia, mesmo pouco de abril, mas que com trabalho, modestamente, faria o melhor de si próprio para realizar esse ideal que o país acalentava".
Num discurso em tom de despedida, mas e que trouxe consigo os esperados sentimentos de balanço, Passos relembrou aquela intervenção que o marcou: "Eu achei isto muito marcante porque nessa época havia muita gente a falar sobre o que se tinha de fazer, mas que não faziam. Havia muita gente a falar sobre direitos, que não eram alcançados".
"Primeiro respondia-se aos problemas das pessoas e não aqueles que se julgavam donos de abril. E estivemos à altura da tarefa, por isso posso hoje dizer que me sinto não realizado, mas feliz por pertencer a um país reformista, realista é também um partido que rejeita os vanguardismos, as excursões reacionários e revolucionárias. Que sobretudo respeita as pessoas", disse.
"Estou aqui como um soldado a contribuir para a união do nosso partido e para que os nossos resultados sejam aqueles que ambicionares, e tenho certeza de que ambicionas muito para o nosso partido, porque ambicionas com certeza muito para o nosso país", declarou Pedro Passos Coelho, dirigindo-se a Rui Rio.
O antigo primeiro-ministro, que liderou o PSD durante oito anos, despediu-se da presidência do PSD na abertura do 37.º Congresso do PSD, em Lisboa, passando, num "momento simbólico", a liderança a Rui Rio.
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