Segundo comunicado divulgado pelo Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), foi "solicitado à Direcção-Geral da Saúde (DGS) e demais entidades a disponibilização dos dados de doentes suspeitos da infeção Covid-19 em Portugal. Tal motivou inclusive uma carta aberta e uma petição pública online contando com mais de 5000 assinaturas e cujos signatários incluem os Diretores e Presidentes das Escolas Médicas Portuguesas", pode ler-se.

Nesta sequência, o primeiro-ministro, António Costa, informou no dia 24 de março que "a DGS vai passar a libertar todos os dados anonimizados de forma a permitir o acesso livre por todas as equipas de investigação nas mais diferentes áreas".

Contudo, o CEMP diz que tal não se concretizou, pelo que os investigadores continuam sem acesso aos dados necessários, afirmando ainda que "a disponibilização e análise independente dos dados dos doentes suspeitos de infeção Covid-19 é fundamental para melhorar a qualidade de cuidados de saúde prestados".

Para reforçar esta necessidade, o CEMP refere quatro razões no comunicado divulgado. Em primeiro lugar, o acesso aos dados é preponderante para a "produção de conhecimento de modo a ser capaz de responder a questões de interesse clínico no que respeita à abordagem dos doentes", nomeadamente no que diz respeito aos fatores de prognóstico e ao esclarecimento de hipóteses ao nível da medicação.

Por outro lado, a "análise de dados pode ajudar os decisores a tomar medidas mais adequadas de modo a minorar o risco de sobrecarga dos serviços de saúde", considerando, por exemplo, as "implicações sanitárias e económicas subjacentes ao aumento da execução de testes para a infeção".

O CEMP refere diz ainda que aceder aos dados seria um modo de auxiliar os profissionais no terreno, "em aspetos que vão desde a recolha à análise de informação relativa aos doentes Covid-19, contribuindo para minorar as dificuldades na gestão destes pacientes".

Por fim, é ainda apontada a "transparência e subsequente aumento da confiança dos cidadãos nas instituições" com esta divulgação. "A disponibilização dos dados, a cientistas e académicos independentes, constitui um ato de transparência que contribui para mitigar eventuais desconfianças em relação aos dados oficiais apresentados pela Direcção-Geral da Saúde", remata.

Portugal conta, este domingo, 119 mortos de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em Estado de Emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 640 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 30.000.

Dos casos de infeção, pelo menos 130.600 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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