"Pedimos a Deus que através da Virgem (de Fátima) possamos conservar o nosso país em paz. Não queremos continuar a enterrar jovens de nenhum grupo político, a Venezuela é um país bom, de gente de fé, trabalhadora, que sonha", disse o bispo de La Guaira.
Raul Biordi Castillo falava aos jornalistas no âmbito da visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que sexta-feira chegou à Venezuela, partindo de Portugal, onde vai estar em peregrinação até finais de Outubro.
"Queremos que todos os venezuelanos, especialmente os dirigentes dos distintos partidos e frações políticas, de alguma maneira sintam que possamos, através de distintos procedimentos democráticos, previstos na Constituição, dirimir as diferenças e sobretudo desenhar um futuro. O que nos interessa, o que pedimos a Deus é que tenhamos paz e possibilidades de trabalhar", disse.
A chegada da Virgem à Venezuela ocorre num momento em que a comunidade portuguesa se revela apreensiva quanto ao futuro no país, onde se prolongam os protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro, que têm sido fortemente reprimidos pelas autoridades e durante os quais várias pessoas morreram.
Segundo Raul Biordi Castillo "na Venezuela, que há uma grande devoção a Nossa Senhora de Fátima e uma grande comunidade de imigrantes portugueses", por isso a iniciativa da Igreja de fazer chegar ao país a imagem peregrina, "para organizar distintas manifestações" e "expressar o nosso carinho e devoção à Virgem Maria".
"A Virgem chega num momento particular para a Venezuela, em que, nos últimos dias, temos tido distintas manifestações, que lamentavelmente, em vez de decorrerem em paz deixaram alguns feridos e inclusive alguns falecidos", frisou.
O bispo de La Guaira sublinhou que Nossa Senhora de Fátima apareceu há 100 anos "durante a primeira guerra mundial que foi de 1914 a 1919 e a aparição foi em 1917 e a sua mensagem era precisamente de paz".
"Era uma mensagem para que de alguma maneira, através da oração se recuperasse a paz do mundo, sacudida por essa guerra que ensanguentou tantos lares na Europa", explicou.
Por outro lado frisou que muitos há 30, 40 e 50 anos, muitos imigrantes, como os portugueses chegaram há Venezuela, "com sonhos de progredir, e progrediram com os seus negócios com os seus trabalhos".
"Olhemos o exemplo de trabalho destes imigrantes e (façamos) um acordo nacional em que respeitemos primeiro que tudo a vida, as propriedades, os outros e possamos ter uma Venezuela que todos sonhamos, ampla (?) e que a Virgem de Fátima, que recebemos com carinho, abençoe a Venezuela, a Portugal e ao mundo inteiro", concluiu.
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