Em termos gerais, é a proteção, inata ou adquirida, contra um agente infeccioso ou tóxico, como um vírus, uma bactéria, um parasita, uma toxina, um fungo, mas também uma célula cancerígena.
A imunidade é gerada pelo organismo depois de ter contactado com o agente estranho e patogénico.
Uma vez que o SARS-CoV-2, detetado em dezembro, na China, é um novo coronavírus, não se sabe ainda exatamente qual a resposta imunitária desencadeada nas pessoas.
Na maioria dos casos, a covid-19 manifesta-se de forma ligeira. Os idosos e os doentes crónicos são mais vulneráveis à doença respiratória aguda, sobretudo nas manifestações mais graves, como pneumonias.
O que são testes serológicos?
Trata-se detestes que permitem verificar se uma pessoa está protegida contra uma doença infecciosa, quer tenha ou não sintomas, ao pesquisarem no soro sanguíneo a presença de anticorpos específicos capazes de neutralizar antigénios, substâncias produzidas pelos agentes infecciosos ou tóxicos.
Na prática, a análise é feita a partir de uma colheita de sangue e, até ao aparecimento de uma vacina eficaz, devem ser repetidos periodicamente para se ver se a quantidade de anticorpos produzidos se mantêm nos níveis adequados.
Portugal vai avançar com os primeiros testes serológicos para o novo coronavírus, numa fase piloto, no final de abril ou na primeira semana de maio, abrangendo cerca de 1.700 pessoas, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, o laboratório nacional de referência sob a tutela do Ministério da Saúde.
Vários laboratórios científicos estão a desenvolver estes testes, esperando tê-los validado no fim de abril ou início de maio.
Especialistas consideram que estes testes são uma ferramenta importante para se perceber quem já contactou com o SARS-CoV-2 e, em princípio, está protegido e quem não foi infetado e está exposto.
Para os imunologistas, os testes serológicos podem ser úteis, numa fase avançada de uma epidemia, e num cenário de isolamento social generalizado, para um governo decidir que pessoas podem regressar progressivamente à vida normal, por exemplo ao trabalho ou à escola, ou que profissionais de saúde podem continuar, sem riscos acrescidos, na linha da frente dos cuidados a doentes.
O que são anticorpos?
São substâncias produzidas no organismo em resposta a antigénios (vírus, bactérias, parasitas, toxinas...).
Ao ligarem-se aos antigénios, os anticorpos reagem, enfraquecendo-os ou destruindo-os.
O uso de anticorpos do soro sanguíneo de doentes com covid-19 que recuperaram está a ser testado para tratar, em casos muito específicos, doentes mais graves, reforçando as duas defesas.
Imunidade de grupo: O que é?
É a imunidade verificada entre os membros de uma comunidade ou população.
Os modelos matemáticos clássicos das epidemias estimam que 70% da população terá de estar imune para se evitar novos contágios por covid-19.
Os modelos menos conservadores e mais otimistas indicam que 10% de imunidade é suficiente.
Se não estiver assegurada a suficiente imunidade na população, e forem levantadas as medidas de contenção da propagação da covid-19, corre-se o risco de voltar a aumentar a taxa de novos casos de infeção, obrigando a apertar novamente as medidas.
O que são certificados de imunidade?
Documentos que atestam que uma pessoa é imune a uma doença infecciosa como a covid-19.
Países como a Alemanha estão a equacionar a sua atribuição para que a pandemia não paralise de todo a economia do país e as pessoas possam retomar progressivamente a sua vida normal, como trabalhar.
Imunologistas pedem cautela nos 'passaportes de imunidade', uma vez que não é certo que a imunidade ao SARS-CoV-2 conferida pelos anticorpos é duradoura e evite o risco de uma reinfeção.
Na verdade, os especialistas ainda não sabem quais são efetivamente os anticorpos protetores contra a covid-19 e quanto tempo dura a imunidade que conferem a uma pessoa.
Continua a ser igualmente uma incógnita qual a resposta que o sistema imunológico desencadeia para responder a este tipo de vírus.
O que é uma vacina?
Medicamento profilático que confere imunidade contra uma doença. Cientistas e farmacêuticas empenham-se para encontrar uma vacina contra a covid-19, um processo que demora tempo, uma vez que, como qualquer vacina, têm de ser feitos vários testes de segurança e eficácia.
Apesar de a vacina ser vista como o selo de garantia de proteção contra a infeção respiratória aguda causada pelo novo coronavírus, não se sabe ainda por quanto tempo permanecerá no organismo a proteção dada por uma possível vacina contra o SARS-CoV-2.
A vacina da gripe sazonal, por exemplo, não é a mesma todos os anos porque o vírus está sempre a mudar.
Também não é certo que uma vacina para a covid-19 aparecerá no tempo desejável.
Uma vacina demora, em média, 10 anos a ser produzida. A vacina contra o vírus do Ébola foi descoberta ao fim de cinco anos de investigação. Continua por descobrir uma vacina contra o vírus VIH/sida, identificado na década de 1980, muito embora haja medicamentos antivirais eficazes.
Um balanço divulgado recentemente pela revista científica Nature contabilizava mais de 100 vacinas candidatas contra a covid-19, incluindo cinco em ensaios clínicos.
A primeira vacina candidata começou a ser testada em 16 de março, nos Estados Unidos.
A maioria das vacinas candidatas, sobre as quais existe informação disponível, pretende induzir a formação no organismo de anticorpos (glicoproteínas) neutralizadores da proteína-chave do coronavírus, a chamada proteína da espícula, que permite que o SARS-CoV-2 entre nas células humanas ao ligar-se a uma enzima (substância proteica), a ACE2.
A indução da produção de anticorpos específicos para o SARS-CoV-2 está a ser tentada com vários métodos, como vírus vivos atenuados, vírus inativos, vírus manipulados geneticamente, proteínas recombinantes, adjuvantes imunológicos, ácidos nucleicos (ADN e ARN), moléculas semelhantes a vírus (mas sem material genético viral) e péptidos (complexos de aminoácidos).
A ser descoberta, a vacina da covid-19 poderá vir a ser a primeira contra um coronavírus.
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