Este é uma das conclusões sobre o ensino profissional feita pela Lusa depois de analisada a base de dados do Ministério da Educação que mostra a percentagem de alunos que entraram no secundário em 2016/17 e deixaram de estudar antes de terminar o ensino obrigatório.

Num universo de 30.747 mil alunos, 3.902 jovens abandonaram a escola antes do tempo, segundo uma análise feita pela Lusa aos dados que seguem o percurso dos alunos do 3.º ciclo até ao final do ano letivo de 2018/2019.

Comparando com o ano anterior verifica-se uma subida de abandono de 11% para 12,7%.

Apesar destes números, a maioria dos estudantes (61,7%) que seguiu pela via profissional conseguiu concluir o curso dentro do tempo previsto, ou seja, em três anos. Mais uma vez, comparando com os dados do ano anterior, também neste parâmetro houve uma ligeira diminuição dos casos de sucesso (passou de 62% para 61,7%).

Mas é no ensino profissional que se encontram as escolas do país que conseguem que os alunos mais carenciados tenham mais sucesso.

Numa comparação entre alunos com Apoio Social Escolar que no 9.º ano tinham um perfil semelhante, há um grupo de estabelecimentos de ensino que supera as taxas de sucesso nacional.

Entre elas, destaca-se o Instituto Nun´ Álvres, no Porto, que conseguiu que 94% dos seus alunos concluíssem o curso profissional nos três anos. Ora, a nível nacional, foram menos de metade (45%) os alunos com percursos académicos semelhantes que conseguiu fazer o curso em três anos.

Esta média nacional é calculada com os alunos do país que, ao entrarem no ensino secundário profissional, tinham um perfil semelhante ao dos alunos da unidade, em termos de idade, de apoios ASE, habilitação da mãe e categoria da escola frequentada relativamente à percentagem de alunos com apoio ASE.

Esta análise parte de um novo critério definido este ano pelo Ministério da Educação – a “equidade” – que pretende perceber o trabalho realizado pela comunidade escolar junto dos alunos mais pobres.

Este parâmetro coloca o Instituto Nun´ Álvres como a escola do país mais bem sucedida no que toca a garantir o sucesso académico dos alunos com ASE.

Os cursos profissionais do Externato Cooperativo da Benedita, em Leiria aparecem em segundo lugar deste ´ranking”: Quase nove em cada dez estudantes carenciados do externato fizeram o secundário em três anos, o que representa uma percentagem de sucesso 36 pontos percentuais acima da média nacional, quando se comparam alunos.

Já numa outra análise, que não diferencia os alunos, percebe-se que num universo de 582 estabelecimentos com dados disponíveis, 427 escolas conseguiram que, pelo menos, metade dos alunos terminasse o curso nos três anos.

Em 95 estabelecimentos de ensino, a taxa de sucesso foi de, pelo menos, 80% dos seus alunos, segundo dados recolhidos pela Lusa da base de dados disponibilizada pelo Ministério da Educação.

No ‘top’ desta lista surgem 28 escolas que conseguiram que todos os seus alunos concluíssem os cursos no tempo esperado, ou seja, 100% dos jovens que começou o curso em 2016/17 conseguiu concluí-lo em 2018/19.

Em sentido contrário, houve 10 estabelecimentos de ensino com uma taxa de conclusão de 0%.

As bases de dados permitem ainda encontrar as escolas que nos últimos quatro anos letivos estiveram sempre a melhorar as percentagens de alunos que conseguiram concluir os cursos nos três anos (foram 35 estabelecimentos de ensino).

A Escola Secundária de Alcochete, por exemplo, começou em 2015/2016 com apenas 8% dos alunos a concluir o curso no tempo esperado e foi duplicando essa percentagem anos após ano: subiu para 17% no ano seguinte, depois já eram 37% e, no ano passado, 76% concluíram o curso sem nunca chumbar.

Por outro lado, houve 13 estabelecimentos de ensino cujas taxas de conclusão dentro do tempo esperado vieram sempre a piorar entre os anos letivos de 2015/2016 e 2018/2019.

Os cursos com mais procura continuam a ser os de Ciências Informáticas, com mais de 15 mil estudantes, seguindo-se o de “Hotelaria e Restauração” (quase 13 mil alunos) e o de “Audio-visuais e Produção dos media”, este último com pouco mais de 11 mil alunos no ano letivo de 2018/2019.

Já a ideia de seguir uma carreira ligada ao “Artesanato” só conseguiu atrair 13 alunos, assim como a área da “Floricultura e jardinagem” parece ser pouco atrativa, uma vez que só tinha 26 alunos inscritos.

No ´top 5’ dos menos procurados´ estão também a Construção civil e engenharia civil que só contou com 56 inscritos e a Silvicultura e Caça (78 matriculados).

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