“Exortamo-lo, Presidente Macron, a fazer parar esta agressão”, disse Abbas, em declarações à imprensa após um encontro com o Presidente francês na sede da Autoridade Palestiniana em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
“Vejo e oiço o sofrimento da população civil em Gaza, e, para França, nada pode justificá-lo”, respondeu-lhe Macron.
“Uma vida palestiniana equivale a uma vida francesa que equivale a uma vida israelita”, acrescentou.
O ataque do Hamas a Israel que fez, a 07 de outubro, mais de 1.400 mortos, na maioria civis, foi “também uma catástrofe para os palestinianos”, afirmou o chefe de Estado francês.
Enquanto Macron tinha invocado antes, em Jerusalém, o direito de Israel a defender-se, Abbas atribuiu a Israel “e aos países que o apoiam a responsabilidade pelo conflito”, sem citar o Hamas uma única vez.
O dirigente palestiniano apelou, por outro lado, para a criação “de uma coligação internacional para a paz” e a realização de uma “conferência de paz internacional”, parecendo responder indiretamente à proposta feita horas antes por Macron de formar uma coligação internacional para “combater” o Hamas.
Abbas condenou duramente os bombardeamentos realizados por Israel à Faixa de Gaza, “que estão a matar civis inocentes de uma maneira bárbara”.
Segundo as autoridades de Gaza, a forte retaliação israelita matou até agora 5.791 pessoas na Faixa de Gaza, desde 2007 controlado pela Hamas, grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia (UE) e por Israel.
Perante Mahmoud Abbas, Emmanuel Macron voltou a instar ao relançamento de um processo de diálogo político entre Israel e os palestinianos, depois de ter falado no assunto no início do dia, em Jerusalém.
Para Macron, o futuro dos palestinianos passa por uma luta “impiedosa e sem ambiguidades contra o terrorismo”, e insistiu no reconhecimento mútuo dos direitos de Israel e dos palestinianos.
“Não haverá paz duradoura sem o reconhecimento do direito legítimo do povo palestiniano a um território e a um Estado. Não haverá paz duradoura se o povo palestiniano e as suas autoridades não reconhecerem o Estado de Israel e a importância da sua existência e da sua segurança”, sustentou o Presidente francês.
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