Num encontro em Ramallah com o conselheiro da Casa Branca, Abbas reiterou, de acordo com declarações recolhidas pela agência de notícias palestiniana Wafa, a necessidade de “abrir todas as passagens e duplicar a entrada de ajuda e equipamento médico e alimentos” na Faixa de Gaza, além do fornecimento de água, eletricidade e combustível o mais rápido possível, “para que os hospitais e instalações básicas possam retomar a atividade”.
Abbas também pediu a Sullivan que a administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, atue no sentido de “forçar Israel a parar a sua agressão” na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, caracterizada por “invasões de cidades e campos palestinianos, matança de civis e destruição de infraestruturas”, que descreveu como “limpeza étnica”.
O presidente da Autoridade Palestiniana (AP), no poder na Cisjordânia, abordou também o futuro político da Faixa de Gaza após a operação militar israelita, considerando que o território “é parte integrante do Estado palestiniano, e não é possível aceitar ou abordar os planos das autoridades de ocupação para separá-lo”, referindo-se a Israel.
Abbas pediu a Sullivan que os Estados Unidos negociem a “libertação dos fundos de compensação palestinianos” mantidos por Israel, bem como um esforço para que “o Estado da Palestina” se torne num membro pleno das Nações Unidas.
Finalmente, o presidente da AP apelou para a realização de uma conferência de paz internacional com vista a relançar a solução de paz para o Médio Oriente baseada na coexistência de um Estado palestiniano e de um Estado israelita.
Abbas acusou no fim de semana os Estados Unidos de agirem como “cúmplices do genocídio” ao vetarem uma votação no Conselho de Segurança da ONU para forçar um cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Os Estados Unidos, por seu lado, insistiram em deixar o calendário da operação militar na Faixa de Gaza nas mãos de Israel, dando o seu total apoio, embora reiterando a necessidade de minimizar as mortes entre a população civil palestiniana.
O Governo israelita declarou guerra ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — em retaliação ao ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado hebraico, em 1948, perpetrado em território israelita por combatentes daquele grupo a 07 de outubro, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, segundo as autoridades.
O número de mortos na Faixa de Gaza aproxima-se agora dos 19 mil — 70% dos quais mulheres, crianças e adolescentes –, vítimas dos intensos bombardeamentos israelitas daquele enclave palestiniano pobre, segundo o Ministério da Saúde local, do Governo do Hamas.
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