Ainda não é conhecida a origem do incidente que deixou a Península Ibérica às escuras. O governo decretou situação de crise energética. Este é o ponto de situação para acompanhar os desenvolvimento do "apagão".

- O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes informou que até às 22:30 estavam ligadas parcialmente 276 subestações, alimentando cerca de quatro milhões de clientes, mas não consegue prever a reposição integral. Atualmente, a reposição de energia abrange já zonas dos 18 distritos do continente português. Note-se que existem cerca de 6,5 milhões de consumidores de eletricidade;
- O Governo decretou situação de crise energética, anunciou o primeiro-ministro ao país esta noite;
- Segundo o primeiro-ministro, "o apagão generalizado que teve origem fora do nosso território, muito provavelmente em Espanha" e na sequência de um aumento abrupto de tensão. Mas ainda não há conclusões sobre a causa do incidente;
- Montenegro disse ser “expectável” um restabelecimento integral da eletricidade “nas próximas horas” em todo o território nacional;
- Também de acordo com o primeiro-ministro, se a reposição de energia prosseguir com normalidade a expectativa é que tudo regresse ao normal amanhã, com as escolas públicas abertas para receber os alunos: “Não vemos razão para que não possam abrir amanhã numa situação de normalidade se não houver nenhuma perturbação neste processo de reabastecimento”, afirmou.
- Uma visão diferente tem Carlos Moedas, autarca de Lisboa: “Tenho muitas dúvidas que amanhã [terça-feira] de manhã já estejamos numa situação de normalidade”, disse Carlos Moedas à Sic Notícias. Questionado sobre a abertura das escolas, remeteu a decisão para os agrupamentos escolares, mas reiterou que a situação não deve estar normalizada na terça-feira de manhã, pelo que se devem evitar deslocações desnecessárias.
- No Porto, Rui Moreira estima que a situação fique regularizada "nas próximas horas". O autarca adiantou que os semáforos já estão a começar a funcionar e a recolha e limpeza do lixo será feita esta noite. No hospital de São João e no Instituto Português de Oncologia (IPO) a eletricidade já está "a funcionar normalmente”. Durante o dia de hoje, o Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto registou cerca de 50 ocorrências, grande parte relacionadas com pessoas presas em elevadores. Quanto às escolas e serviços públicos, Rui Moreira afirmou que, em principio, e se não existir outro apagão, estarão a funcionar normalmente na terça-feira de manhã;
- Durante este apagão, a maior exigência, assumiu Montenegro, foi garantir o abastecimento energético dos hospitais, sendo que não se registou nenhuma situação limite: “Foi necessário contar com a programação que estava centralizada na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a colaboração inexcedível das Forças de Segurança, que fizeram e asseguraram o patrulhamento e a condução dos camiões cisterna para poder abastecer os hospitais que iam tendo a necessidade de reabastecimento do gasóleo que era necessário para os seus geradores”, explicou;
- O terminal do aeroporto de Lisboa já reabriu aos passageiros, mas a gestora aeroportuária (ANA) pede aos passageiros que, antes de se dirigirem até lá, contactem as companhias aéreas para obterem informação sobre o estado dos voos;
- A Autoridade Nacional de Aviação Civil autorizou a realização de voos noturnos para que as companhias possam recuperar rapidamente atrasos e que há várias entidades coordenadas a assegurar apoio aos passageiros em Lisboa, leia mais aqui.
- As operadoras de telecomunicações MEO, NOS e Vodafone informam que os seus serviços estão igualmente a ser repostos gradualmente, na mesma medida em que o serviço de eletricidade for voltando em várias zonas do país. E deixam uma dica: colocar o telemóvel em “modo de voo” e retirar de seguida. Isso vai forçar uma atualização e novo registo na rede.
- A Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), proprietária e gestora da rede Multibanco, informou que os serviços prestados pela empresa estão a funcionar, ainda que dentro dos constrangimentos atuais do apagão.
- Vários municípios ativaram hoje os seus planos de contingência, com o fecho de serviços, e deixaram apelos à moderação nos consumos de água, na sequência do corte de abastecimento registado na Península Ibérica;
- Ao longo do dia, a PSP e a GNR reforçaram o patrulhamento nas cidades e no trânsito, que esteve especialmente complicado no final de tarde;
- Algumas empresas de transportes — como soflusa, transtejo e STCP — disponibilizaram os serviços gratuitamente para facilitar a movimentação da população (recorde-se que este apagão aconteceu em dia de greve de revisores, o que condicionou grandemente a circulação de comboios da CP, e também o metropolitano teve de parar devido à falta de energia);
- A Metro do Porto vai retomar a operação às 06h00 de terça-feira, adiantou hoje fonte da empresa.Em comunicado enviado à Lusa, a Metro do Porto destacou que “está a trabalhar no sentido da reposição da operação em todas as linhas da sua rede, o que irá suceder progressivamente nas próximas horas”.
- Também ao longo do dia foram sendo partilhadas várias informações falsas através de grupo de WhatsApp, tendo Montenegro pedido "prudência face à desinformação". Uma das informações passadas relacionada o apagão com um ataque cibernético russo, mas o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) afirmou hoje que não foram identificados até ao momento indícios que apontem para um ciberataque na falha na rede elétrica;
- Hoje era dia de debate televisivo entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, mas o apagão obrigou a adiar o frente-a-frente mais esperado destas legislativas. A nova data ainda não é conhecida;
- O apagão atingiu Portugal e Espanha às 11h30 desta segunda-feira e foi notícia um pouco por todo o mundo. Ainda durante a tarde, a presidente da Comissão Europeia garantiu ao primeiro-ministro de Portugal que o executivo comunitário ia ajudar o país a restabelecer a rede elétrica: “Conversei com o primeiro-ministro Luís Montenegro na sequência do apagão na Península Ibérica. Vamos trabalhar em conjunto para ajudar a restaurar a rede elétrica e dar garantias aos cidadãos”, escreveu Ursula von der Leyen nas redes sociais;
- O vice-presidente Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, defendeu hoje uma análise às possíveis consequências do apagão elétrico: "É claro que vamos analisar as potenciais consequências do apagão para podermos apresentar um relatório ao Parlamento [Europeu], porque penso que temos de aprender com este tipo de perturbações para o futuro", disse;
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