Foram quase duas décadas de preparação, mas, finalmente, na noite de sábado houve fumo branco para um acordo histórico de proteção aos oceanos. Não foi fácil, rezam as crónicas, e importante para este passo final terá sido a Conferência dos Oceanos realizada em Lisboa no ano passado, garante o secretário de Estado do Mar, José Maria Costa.

"É mesmo um momento histórico. Diria que depois do tratado da lei do mar, que vai celebrar este ano 40 anos e foi um grande instrumento internacional, tivemos novamente a vitória do multilateralismo, com os oceanos a estarem no centro da agenda das preocupações das nações do mundo inteiro. A segunda Conferência dos Oceanos, que decorreu em Lisboa, foi muito importante também para esta consciência das nações de que tínhamos de encontrar as bases para aquilo que é a proteção da biodiversidade em alto mar", revelou à TSF José Maria Costa, salientando depois a importância dos oceanos para a humanidade.

"A grande vitória é termos aqui uma perceção mundial de que a conservação da biodiversidade dos oceanos é fundamental para a humanidade, tem de ser feita com regras e, sobretudo, temos de proteger aquilo que são também as áreas mais sensíveis porque, de acordo com os estudos internacionais, cerca de 10% dos oceanos já estão numa fase bastante crítica. É, de facto, tempo de travar, tempo de ação e por isso diria que a comunidade internacional hoje está de parabéns porque é dado mais um passo para termos mais responsabilidade coletiva na proteção daquele é que um património comum", sublinhou.

O consenso, alcançado em Nova Iorque, foi garantido após uma "dura" maratona de negociações. De acordo com as notícias as derradeiras conversa iniciaram-se no passado dia 20 de fevereiro e tinham como data limite a última sexta-feira, mas o fumo branco só 'saiu' na noite de sábado, "após 35 horas seguidas" de conversações.

Este acordo, refira-se, é considerado essencial para a conservação de 30% da terra e dos oceanos, até 2030.