“A depressão Kyllian encontrava-se, às 21:00 de hoje (mais uma hora em Lisboa), centrada a aproximadamente a 1.100 km a norte da ilha do Corvo, com uma pressão atmosférica no seu centro de 955 hPa”, adiantou, em comunicado de imprensa, o meteorologista Carlos Ramalho, da delegação dos Açores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Segundo o meteorologista, nas próximas horas, “a agitação marítima permanecerá elevada, mas com tendência a diminuir gradualmente”.
As ilhas do grupo ocidental (Flores e Corvo) estão sob aviso laranja até à meia-noite, com previsões de ondas de oeste de sete a nove metros de altura significativa, mantendo-se sob aviso amarelo até às 09:00 de domingo.
Também as ilhas do grupo central (Terceira, São Jorge, Graciosa, Pico e Faial) estão sob aviso amarelo até às 9:00 de domingo e as ilhas do grupo ocidental (São Miguel e Santa Maria) até às 06:00, prevendo-se ondas de oeste com seis a sete metros de altura significativa.
As Flores e o Corvo estiveram hoje sob aviso vermelho, devido às previsões de vento forte, com rajadas que poderiam chegar aos 140km/h, e de agitação marítima, com ondas que poderiam atingir os 20 metros, mas acabaram por registar apenas a queda de uma árvore, segundo o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores.
Segundo o meteorologista Carlos Ramalho, a rajada de vento máxima foi registada em Santa Cruz das Flores e na Horta, com 117 km por hora.
Foi, no entanto, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, que choveu mais, com um registo de 32 litros por metro quadrado em apenas uma hora, entre as 10:00 e as 11:00.
A Proteção Civil dos Açores registou cerca de uma centena de ocorrências no arquipélago desde a madrugada de hoje, na sequência da passagem da depressão Kyllian.
“Em toda a região, registamos 97 ocorrências, sendo de realçar as ocorrências registadas na ilha Terceira, durante o final da manhã, devido à precipitação. Só nesta ilha ocorreram 58 do total das 97 ocorrências”, adiantou, ao final da tarde, em declarações à Lusa, o vice-presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, Osório Silva.
Na ilha Terceira, foi necessário realojar temporariamente seis famílias, quatro em Angra do Heroísmo e duas na Praia da Vitória, mas os autarcas estimam que todas possam regressar a casa em breve.
Algumas estradas dos Açores chegaram a estar fechadas ao trânsito, devido derrocadas, inundações e transbordos de ribeiras, mas ao final da tarde já estavam “desobstruídas”.
O Governo Regional encerrou, por precaução, algumas estradas junto ao mar, nas ilhas do Pico, Faial, São Jorge e São Miguel, até à manhã de domingo.
Vários portos nos Açores estiveram encerrados e o vento forte provocou cancelamentos e atrasos nas ligações aéreas.
Segundo o porta voz da companhia aérea açoriana SATA, não se realizaram os voos Lisboa-Pico-Terceira, da Azores Airlines, nem as ligações Horta-Flores-Horta e Terceira-São Jorge-Terceira, Terceira-Graciosa-Terceira e Ponta Delgada-Pico-Ponta Delgada, da SATA Air Açores.
No total, foram afetados cerca de 360 passageiros, que serão reacomodados em voos no domingo.
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