“Resolvemos desativar o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil pelas 17:00”, adiantou o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Carlos Neves, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

O responsável destacou a “grande celeridade, o grande profissionalismo e a total entrega, mesmo debaixo de um tempo severo”, dos operacionais de serviço esta madrugada nos Açores, acrescentando que todas as situações foram resolvidas e “a vida das pessoas pode decorrer dentro de condições muito satisfatórias de segurança”.

“Tivemos um total de 255 ocorrências, todas elas ao nosso nível encontram-se resolvidas. Há situações, como por exemplo o que aconteceu no Porto das Lajes das Flores, que nos ultrapassa e será uma situação a resolver numa escala a longo prazo”, frisou.

Apesar de ter passado mais perto do grupo ocidental (Flores e Corvo), foi na ilha do Faial (grupo central) que o “Lorenzo” provocou mais estragos, com 82 ocorrências, seguindo-se o Pico, com 54 e só depois as Flores com 28.

Foram ainda registadas ocorrências nas ilhas de São Jorge (37), Terceira (35), Graciosa (11), Corvo (3) e São Miguel (3), tendo apenas a ilha de Santa Maria escapado aos estragos.

Segundo Carlos Neves, apesar dos “consideráveis estragos, alguns de difícil resolução”, foi possível que este furacão de “grande intensidade” passasse pelos Açores “sem provocar vítimas”, graças à coordenação das várias entidades, às medidas preventivas e ao respeito pelas recomendações das autoridades.

“A população açoriana mostrou mais uma vez um grande civismo, uma grande preocupação com eles, com os seus bens e com os próximos, tomando as medidas necessárias para evitar os danos e a perda de vidas humanas”, avançou, acrescentando que os estragos só “não foram mais graves”, porque as pessoas “souberam acautelar-se e tomar as devidas medidas”.

Foi necessário realojar 53 pessoas, sobretudo na ilha do Faial, com a intervenção dos serviços municipais e da direção regional da Habitação.

O presidente da Proteção Civil garantiu que algumas zonas junto ao mar, na costa sul das ilhas, já estavam “referenciadas”, chegando a ser cortadas estradas, mas por vezes a natureza "ultrapassa as previsões".

Chegou a ser equacionada a possibilidade de serem enviados 50 elementos da Autoridade Nacional de Proteção Civil para os Açores, que estavam “prontos em quatro horas” para se deslocar para o arquipélago, segundo Carlos Neves, mas as autoridades açorianas entenderam que teriam capacidade para enfrentar a situação.

“Gostaríamos de ter sempre mais meios, que pudessem ser projetados, melhores equipamentos, mas eu penso que, com o dispositivo que foi montado, com a quantidade de homens e de equipamentos, acho que demos uma resposta muito positiva e de forma muito eficaz e muito rápida a todas as ocorrências”, avançou o presidente da Proteção Civil açoriana.

(Notícia atualizada às 19:22)