“Os resultados espelham a livre escolha dos meus colegas deputados a quem agradeço a disponibilidade para participarem neste ato eleitoral, que robustece o grupo parlamentar. Os resultados parecem-me muito substantivos e ao mesmo tempo muito desafiantes”, disse.

Questionado sobre as queixas de alguns deputados da bancada de falta de privacidade por terem sido filmados e fotografados no momento da votação, Adão Silva considerou-as “surpreendentes”, dizendo que a forma como decorreu o ato eleitoral foi idêntico a anteriores.

“Foi sempre assim que fizemos, as últimas e penúltimas eleições decorreram desta maneira, há sempre filmagens e fotografias, não há algo que aconteceu de novo, é algo que repete o que vinha de trás e nunca houve esse tipo de objeções”, afirmou.

Adão Silva acrescentou que, nos “dois ou três” casos em que os deputados manifestaram essas objeções, “as câmaras foram desligadas e as fotografias não foram feitas”.

“É um pormenor que não deslustra este ato eleitoral”, afirmou.

O novo líder parlamentar prometeu que fará a primeira reunião nas novas funções já na próxima quinta-feira, dia 24, e, questionado se já está definido quem fará os debates com o primeiro-ministro, respondeu afirmativamente.

“Na minha cabeça está bem definido, sempre que o líder do partido [Rui Rio] quiser fazer esse trabalho deve fazê-lo”, afirmou, acrescentando que o mais importante é “potenciar quem é melhor para a situação”.

De acordo com a convocatória da reunião da bancada a que a Lusa teve acesso, Adão Silva pretende debater, além dos agendamentos, a convocação de futuras jornadas parlamentares.

Sob a liderança da bancada de Rui Rio, o partido realizou apenas umas jornadas parlamentares de um dia, na Assembleia da República, em janeiro, para debater e anunciar o sentido de voto do PSD no Orçamento do Estado para 2020.

As anteriores jornadas sociais-democratas tinham sido em março do ano passado, no Porto, ainda com Fernando Negrão à frente da bancada.

Questionado se espera que ainda existam ecos de divergências na bancada, Adão Silva repetiu estar “muito contente” com os resultados.

“Apesar das vicissitudes nos últimos dias, no momento do voto os deputados do PSD uniram-se em torno da direção alargada e há prova de grande unidade para trabalhar”, disse.

Para o deputado, “a fragmentação, a divisão não ajudam, se forem sistemáticas”, mas salientou que em democracia é necessário saber viver “com a diferença e a crítica”.

Adão Silva defendeu que conta com “uma grande equipa de 79 deputados” e elegeu como desafio principal “representar bem os cidadãos”.

“O povo português, Portugal, pode continuar a contar com o grupo parlamentar do PSD como um grupo capaz, dedicado, empenhado”, assegurou.

Adão Silva foi hoje eleito líder parlamentar do PSD com 81% dos votos, numa eleição em que votaram os 79 deputados da bancada social-democrata: 64 votaram sim, seis em branco e registaram-se nove votos nulos.

Na semana passada, o deputado e antigo vice-presidente da bancada do PSD Pedro Pinto anunciou que tinha também intenção de concorrer ao cargo, mas na segunda-feira comunicou a sua desistência, dizendo que “há caminhos que não se fazem sozinho”, após ter tentado contactos na bancada com vista à apresentação de uma lista.