“Durante 16 anos, defendes uma pessoa” acusada de peculato, fraude, difamação e “recentemente (torna-se) um extremista, o que significa que tu próprio és uma extremista”, escreveu na sua conta de Facebook a advogada, que se encontra fora da Rússia.
Três outros advogados – Vadim Kobzev, Igor Sergunin e Alexei Liptser — foram detidos em outubro de 2023 também acusados de participação em grupos extremistas e, por ordem judicial, vão continuar na prisão até 13 de março, pelo menos, enquanto decorre a investigação.
Aquando das detenções em outubro, Mikhailova estava de férias fora do país e decidiu não regressar à Rússia, como referiu hoje: “não fazia sentido regressar para a prisão”.
Agora, a advogada e a sua filha vivem num país, cujo nome não revelou, “sem casa e com muitos problemas”.
O próprio Navalny foi condenado por extremismo no ano passado e condenado a 19 anos de prisão, tendo os seus grupos na Rússia — a Fundação para o Combate à Corrupção e uma ampla rede de escritórios regionais — sido considerados, em 2021, extremistas.
Segundo os aliados de Navalny, as autoridades acusaram os advogados de usarem o seu estatuto para fazer cartas do político à sua equipa, servindo, assim, de intermediários no que chamam grupo de extremistas.
A equipa do político considera que acusar os advogados é uma manobra para isolar ainda mais Navalny, detido desde janeiro de 2021 depois de regressar a Moscovo de uma viagem à Alemanha, onde recuperou de um envenenamento que atribuiu ao Krelim.
Desde essa altura, foi sentenciado a três penas de prisão, que foram rejeitadas pelo político, que diz terem sido motivadas por razões políticas.
Navalny tem estado em isolamento por alegadas infrações menores e recentemente foi transferido para um “regime especial” numa remota cidade acima do Círculo Polar Ártico — o mais elevado nível de segurança aplicado a prisioneiros na Rússia, aumentando o seu isolamento.
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