Numa entrevista à estação televisiva norte-americana ABC, o antigo presidente da câmara de Nova Iorque afirmou que Donald Trump pode vir a usar o direito constitucional que protege os cidadãos de se auto-incriminarem, a quinta emenda, se vier a ser interrogado pelo procurador especial Robert Mueller, encarregado de investigar se houve ingerência russa nas presidenciais que o elegeram.

Rudy Giuliani desaconselhou também Trump de se encontrar com Robert Mueller, depois das declarações do Presidente norte-americano na sexta-feira, dizendo que “adoraria falar” com o procurador especial.

“Adoraria falar (…) Não há nada que eu mais queira. Adoraria falar, porque não fizemos nada de errado”, afirmou Donald Trump, em declarações aos jornalistas no relvado sul da Casa Branca, antes de partir para Dallas, no Texas.

Na mesma entrevista à ABC, Rudy Giuliani voltou atrás em relação a afirmações feitas numa entrevista ao programa Fox and Friends, do canal Fox News.

Na entrevista à Fox News (canal de televisão conservador), Giuliani disse que Trump sabia do pagamento efetuado pelo advogado Michael Cohen à atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, no âmbito de um acordo de confidencialidade, e que teria posteriormente reembolsado o advogado.

Agora, à ABC — e depois de Donald Trump ter dito que Giuliani se tinha expressado de forma pouco precisa — o advogado negou que Trump soubesse do pagamento à atriz de filmes pornográficos.

O advogado de Stormy Daniels, Michael Avenatti, considerou as últimas declarações antigo ‘mayor’ de Nova Iorque um “absoluto desastre”.

“[Giuliani] espera mesmo que o povo norte-americano acredite que Trump desconhecia” o pagamento de cerca de 120 mil euros à , perguntou Michael Avenatti.

Stormy Daniels e Trump enfrentam-se num processo judicial desde que, no princípio do ano, foi publicado na imprensa que Cohen fez um pagamento à atriz antes das presidenciais norte-americanas, em 2016.

Daniels alega ter tido relações sexuais com Trump em 2006, já ele era casado com a atual primeira-dama, Melania Trump.

A transação pode configurar violação das leis norte-americanas sobre financiamento eleitoral, caso se considere que o pagamento teve como finalidade manter a imagem de Trump, como candidato, num momento especialmente delicado da campanha.