“Temos uma grande esperança de que o novo presidente dos Estados Unidos lide com esta questão de forma sensata e tome a única decisão correta: parar o processo contra Snowden, um homem que ama e sente a falta dos Estados Unidos”, disse hoje o advogado Anatoli Kucherena aos meios de comunicação russos.
Kucherena, representante legal de Snowden desde que lhe foi concedido asilo na Rússia em 2013, assegurou que – caso parasse o processo contra o seu cliente – Trump “aumentaria ainda mais a sua autoridade”, uma vez que, com Barack Obama, o seu antecessor, “o caso esteve sempre no plano político”.
O advogado também aproveitou para desmentir que a Rússia tenha recebido – desde que Trump chegou à Casa Branca – alguma petição de extradição de Snowden por parte da justiça norte-americana, que quer julgar o antigo analista por este ter posto em perigo a segurança nacional ao roubar e divulgar informação secreta.
Recentemente, o antigo subdiretor da CIA Michael Morell afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, poderia dar como “presente de investidura” a Trump a extradição de Edward Snowden.
Morell dizia que a entrega de Snowden permitiria a Putin assegurar as boas relações pessoais com Trump, ao mesmo tempo que melhoraria a imagem da Rússia no mundo.
Kucherena salienta que, com as suas denúncias, Snowden contribuiu para a vitória de Trump nas eleições presidenciais, ao denunciar que “o Governo norte-americano viola gravemente os direitos humanos e está implicado em atividades ilegais”.
A denúncia de Snowden “tirou pontos aos democratas”, disse o advogado, nomeadamente aquelas em que dava conta que os serviços secretos espiavam não só os seus próprios cidadãos como também mandatários estrangeiros, mesmo os aliados.
Em meados de janeiro, a Rússia prorrogou por três anos a autorização de residência de Snowden, pelo que a partir de 2020 poderia ter direito a solicitar a cidadania russa, explicou Kucherena.
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