Os mineiros, que reclamavam a duplicação dos seus salários, foram abatidos em 16 de agosto de 2012 no local da mina de platina da sociedade Lonmin, perto de Rustenburg, no norte do país, no que foi o pior tiroteio policial desde o fim do 'apartheid' em 1994.

Em 2015, as famílias das vítimas apresentaram queixa contra o Estado sul-africano, para obterem indemnizações.

Na quarta-feira, o ministro da Polícia, Nathi Nhleko, anunciou perante uma comissão parlamentar que o Estado ia afetar 1,17 mil milhões de rands para encerrar 652 dossiês de compensações.

“A soma de 1,1 mil milhões aqui apresentada está ligada a um conjunto de queixas por perda de rendimentos, ferimentos e mortes”, especificou Nhleko.

O massacre de Marikana tinha sido precedido de vários dias de confrontos violentos entre grevistas, a segurança privada da Lonmin e as forças da ordem, que já tinham provocado 10 mortos.

Uma comissão de inquérito oficial atribuiu o essencial da responsabilidade do drama à polícia. O seu chefe, Riah Phiyega, foi suspenso pelo Presidente sul-africano, Jacob Zuma.

Em dezembro, a Presidência tinha anunciado que quatro polícias, incluindo um general, eram objeto de processos judiciais por assassínio, sem mais detalhes.

Mais de quatro anos depois dos factos, as medidas sociais recomendadas pela comissão em favor dos mineiros, em áreas como habitação ou condições de trabalho, continuam a motivar um braço de ferro entre a Lonmin e as autoridades.