Neste novo grupo de deputados que anunciaram a saída do partido encontram-se antigos governantes, incluindo Effie Achtsioglou, antiga ministra do Trabalho e opositora – sem sucesso – do novo líder, Stefanos Kasselakis.
Em comunicado, os membros demissionários acusam Kasselakis de ter uma atitude antidemocrática que está a destruir o partido que esteve à frente do primeiro governo de esquerda do país, entre 2015 e 2019.
O empresário de 35 anos é acusado por antigos membros do partido de ter negociado uma mudança para o centro-direita do partido de esquerda que foi liderado durante 15 anos por Alexis Tsipras.
O Syriza tem agora apenas 36 deputados no Parlamento de 300 lugares, apenas mais quatro do que o partido socialista Pasok.
Por outro lado, o Syriza está a enfraquecer nas sondagens que recentemente o colocaram atrás dos socialistas do Pasok.
O antigo ministro das Finanças, Euclide Tsakalotos, arquiteto, no seio do Governo de Alexis Tsipras, do plano de recuperação financeira imposto ao país pela União Europeia, juntamente com um outro deputado, deu início às deserções a 12 de novembro, seguido por um grupo de 44 outros quadros do Syriza.
Em comunicado, os membros que abandonaram o partido acusam Kasselakis de “Trumpismo” (numa referência direta ao ex-chefe de Estado norte-americano Donald Trump) e de reprimir as vozes críticas, acusando-o de populismo e de querer “reorientar o partido”.
Dezenas de outros militantes de base também abandonaram o partido esta semana.
Se se juntarem, os onze deputados que abandonaram o Syriza até agora constituem um número suficiente para formarem um novo grupo separado no Parlamento.
Stefanos Kasselakis, desconhecido na política grega há apenas alguns meses, foi inesperadamente nomeado líder do partido em setembro, depois de este ter sofrido uma derrota esmagadora nas últimas eleições parlamentares, levando Alexis Tsipras a demitir-se, em junho.
As declarações de Kasselakis provocaram indignação nas fileiras de um partido declaradamente de esquerda.
Falando aos industriais gregos, o novo líder assegurou-lhes que o Syriza deixaria de “demonizar” o capital privado.
O capital “é um instrumento de prosperidade”, afirmou o novo dirigente.
Caso se venha a verificar, esta não seria a primeira cisão do Syriza.
Em 2015, no auge da crise económica e financeira, o antigo ministro das Finanças Yanis Varoufakis abandonou o governo de Tsipras para formar o próprio partido.
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