A marcha de protesto partiu do Bombarral, no distrito de Leiria, às 08:45, com cerca de 70 tratores, mas a coluna de manifestantes engrossou ao longo da Estrada Nacional (EN) 8, “concentrando em Óbidos cerca de 150 tratores e máquinas agrícolas”, disse à agência Lusa o comandante da GNR das Caldas da Rainha, João Marçal.
O protesto condicionou a circulação na via entre o Bombarral e Óbidos, já no distrito de Leiria, “com o trânsito a ser desviado para a Autoestrada 8”, ainda que, segundo o responsável, “a estrada nacional nunca tenha sido cortada, estando tudo a decorrer dentro da normalidade”.
A coluna de tratores, máquinas agrícolas e algumas outras viaturas com agricultores dirige-se para o Campo da Feira, nas Caldas da Rainha, onde, segundo um dos elementos do Movimento Cívico de Agricultores da Região Oeste, Nicolau Félix, “vai ser lido um manifesto com as linhas mestras do que os agricultores pretendem que seja a ação futura”.
A marcha lenta é organizada pelo movimento cívico espontâneo criado entre os profissionais do setor na região e, de acordo com Nicolau Félix, conta com “cerca de 1.000 agricultores”.
A caravana exibe cartazes com frases de protesto como “Basta de lucros milionários à custa da produção”, “O nosso fim é a vossa fome” ou “O fim da agricultura de hoje é a fome de amanhã”.
Entre as reivindicações escritas podem ler-se também “Preços mais justos para produtores e consumidores”, “Não deixem a agricultura morrer”, “Mais respeito pelos agricultores” ou “Exigimos concorrência justa na importação”.
De acordo com a organização, após a concentração no campo da feira, nas Caldas da Rainha, os agricultores ponderam atravessar a cidade, em marcha lenta, passando junto à delegação da Direção Regional de Agricultura.
Na quarta-feira, José Marcelino, do movimento cívico, explicou que os agricultores querem pressionar os partidos políticos a falar sobre o setor, apresentando na campanha para as eleições legislativas de 10 de março as suas propostas para resolver os problemas.
Agricultores de diferentes países europeus, inclusive Portugal, têm realizado protestos nas últimas semanas, reclamando a flexibilização da Política Agrícola Comum (PAC), condições justas de trabalho e de concorrência, direito à alimentação adequada e a valorização da atividade.
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