Segundo o El País, trata-se de um novo capítulo na guerra entre a capital da Catalunha e os sites de alojamento que, na opinião dos responsáveis da cidade, anunciam apartamentos turísticos sem licença.
Para além da Airbnb, também o site Homeaway foi multado em 600.000 euros, pena máxima prevista na Lei de Turismo da Catalunha. Já no verão passado, ambos os sites tinham sido multados em 30.000 cada. Na altura, a Airbnb recorreu da sentença, ao passo que o Homeaway pagou.
Em entrevista à Catalunya Ràdio, a alcadesa de Barcelona Ada Colau referiu que não é possível "ter pulso forte contra os fracos e não contra os fortes. Os direitos fundamentais devem ser priorizados e a lei deve ser aplicada". E prosseguiu: "[o turismo] é um ativo [da cidade] mas estava desequilibrado", acrescentando que "há milhares de apartamentos a operar sem licença, sem pagar impostos e a causar prejuízos à comunidade de vizinhos".
Lisboa como exemplo
Em resposta à declaração de Colau, a Airbnb relembrou em comunicado que "há menos de um mês teve lugar uma reunião com os responsáveis do Ayuntamiento [de Barcelona] e que a Airbnb se comprometeu a trabalhar de forma conjunta para apoiar os interesse da cidade". Para os responsáveis da empresa com sede em São Francisco, a "Airbnb é parte da solução em Barcelona" e quer "ser um bom aliado das cidades" onde está presente.
Contudo, o referido comunicado lembra que "Barcelona caminha em sentido contrário da maioria das cidades da Europa e do mundo" e que "o Ayuntamiento de Barcelona, ao contrário de muitas outras cidades, não demonstrou um interesse real em estabelecer um diálogo construtivo com a Airbnb nos últimos meses".
A empresa de arrendamento ocasional recorda também que, enquanto que em Barcelona é multada, nas outras 200 cidades e regiões em que se encontra chegou a acordo de colaboração com os seus responsáveis. E acrescenta que em cidades como Lisboa, Paris ou Amesterdão a Airbnb recolhe e entrega a taxa turística, terminando com uma acusação à conduta "contraditória" da política de turismo de Barcelona: "Favorece os operadores comerciais e os apartamentos que se dedicam unicamente ao turismo em zonas turísticas, em detrimento das pessoas que querem partilhar o seu próprio lugar".
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