“O resgate marítimo é um dever humanitário e o acolhimento dessas pessoas, uma vez comprovadas as suas identidades e estatutos, constitui uma contribuição solidária para com os países por onde [os migrantes] entraram” na Europa, disse hoje o ministro, citado pela agência Efe.
A intenção tinha sido anunciada na sexta-feira pelo próprio Seehofer, que foi líder do partido da União Social Cristã da Baviera (CSU) nos últimos 10 anos, em declarações ao jornal Süddeutsche Zeitung.
“Se tudo o que for acordado se mantiver, devemos conseguir acolher 25% das pessoas resgatadas no mar que acabam em Itália. Isto não vai sobrecarregar a nossa política migratória”, disse então o ministro.
Hoje, Seehofer lembrou ainda que começou recentemente “uma nova etapa de boa cooperação” com Itália, após a mudança de Governo em Roma, embora sem citar explicitamente o ex-ministro do Interior Matteo Salvini, defensor da política de portos fechados às organizações humanitárias envolvidas em resgates.
Nos últimos 15 meses — período durante o qual Matteo Salvini esteve no Governo em Itália -, a Alemanha recebeu 225 migrantes resgatados no mar, segundo dados apresentados por Seehofer.
De acordo com o ministro alemão, esse número representa menos da metade dos 565 migrantes que o país se comprometeu a receber nos acordos adotados entre diferentes países europeus.
Essa diferença de números aconteceu porque só foram acolhidos no país aqueles cuja identidade pôde ser comprovada “com garantias de segurança”, explicou o ministro.
As explicações de Seehofer surgem na sequência de críticas levantadas pelo bloco conservador, da chanceler Angela Merkel, sobre a disponibilidade manifestada na sexta-feira.
Seehofer afirmou estar confiante de que será possível criar um mecanismo automático para sistematizar a distribuição dos migrantes entre a Alemanha, a França, a Itália e Malta na reunião dos ministros do Interior, agendada para dia 23.
Esta cooperação visa evitar situações como as que acontecem atualmente, em que pessoas resgatadas passam várias semanas no mar, em situações dramáticas, até que seja definido o país onde serão acolhidas, concluiu o ministro alemão.
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