A Alemanha anunciou o envio de mais u milhão de euros, que se junta aos 4,3 milhões já disponibilizados para ajuda humanitária na África Austral, num comunicado da embaixada em Maputo.
"A Alemanha está desolada com as destruições devastadoras causadas pelo ciclone IDAI e pelas massivas inundações que fustigaram as províncias do centro de Moçambique; neste momento de dor, juntamo-nos a Moçambique e os nossos pensamentos e compaixão estão com as pessoas afetadas e com os familiares das vítimas", disse o embaixador alemão em Maputo, Detlev Wolter, citado no comunicado.
"Em 2019, até ao presente momento, o Governo federal alemão já havia disponibilizado um apoio financeiro na ordem de 4,3 milhões euros destinados a ajuda humanitária na África Austral, entre outros no âmbito da seca", acrescenta o texto.
Segundo a embaixada, estão a ser identificadas “as necessidades humanitárias mais urgentes para a devida aplicação dos recursos disponíveis".
Por seu lado, os Estados Unidos anunciaram a ajuda de 200 mil dólares (cerca de 175 mil euros) a Moçambique.
"Até agora, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) mobilizou 700 mil dólares [614 mil euros] de assistência para apoiar as necessidades de emergência de água, saneamento, higiene e abrigo em Moçambique, Zimbabué e Maláui, no seguimento das chuvas torrenciais e inundações no princípio de março, a que se seguiu o ciclone Idai", lê-se num comunicado distribuído hoje pelas autoridades norte-americanas.
"Deste valor, 200 mil dólares é para os esforços de ajuda em Moçambique em resposta aos estragos causados pelo ciclone Idai, e 500 mil dólares [438 mil euros] foram dados a estes países em resposta às inundações no princípio do mês", acrescenta-se no documento.
A USAID DART é uma equipa de elite de peritos em desastres, e vai "avaliar os estragos, identificar as necessidades humanitárias e trabalhar de perto com as autoridades locais e as organizações humanitárias no terreno para fornecer assistência fundamental às pessoas afetadas no ciclone", conclui o documento.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou mais de 350 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos desde segunda-feira.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil “estão em situação de risco”, tendo decretado o estado de emergência nacional.
Moçambique cumpre hoje o segundo de três dias de luto nacional.
O primeiro de dois aviões C-130 da Força Aérea Portuguesa, com uma Força de Reação Imediata constituída por 25 fuzileiros, dez elementos do Exército, três da Força Aérea e dois da GNR (equipa cinotécnica), é esperado hoje na Beira, para apoiar as operações de busca e salvamento.
O Governo português anunciou que 30 cidadãos nacionais residentes na Beira estavam por localizar na quarta-feira.
A Cruz Vermelha Internacional indicou que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas na Beira, considerando que se trata da “pior crise” do género em Moçambique.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 100 mortos e centenas de desaparecidos, enquanto no Maláui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.
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