O movimento islamófobo anunciou que pretende reunir vários milhares de apoiantes anti-islâmicos numa das maiores praças de Dresden e esta convocatória vai ter a resposta de vários grupos anti-racistas e anti-xenófobos, que prometem uma resposta ruidosa contra o Pegida, e onde o primeiro-minstro da Saxónia, Michael Krestschmer, já anunciou que vai participar com uma mensagem “a favor de uma cidade solidária e inclusiva”.

“Coração em vez de ódio” é o nome de uma das três contra-manifestações que querem contrariar as comemorações do Pegida, com mensagens de solidariedade e com discursos anti-racistas.

Estas manifestações deverão mobilizar muitos milhares de pessoas para as ruas de Dresden, obrigando as autoridades policiais de Dresden a preparar um forte dispositivo de segurança, temendo confrontos violentos.

Do lado do movimento Pegida, esperam-se discursos de alguns dos seus mais mediáticos dirigentes, bem como de convidados especiais de movimentos extremistas de vários países que se juntam a este grupo assumidamente que se opõe à imigração de muçulmanos na Alemanha e que tem assumido posições eurocéticas, racistas e xenófobas.

“A Espanha está a enviar para a Baviera muitos dos refugiados que resgata do Mediterrâneo” lia-se num cartaz exibido pelo Pegida numa recente manifestação em Munique, que preparava já as celebrações do quarto aniversário.

Alguns dos oradores de hoje do Pegida estão a ser investigados pelo Ministério Público alemão que, nos quatro anos de vida do movimento, abriu 198 investigações contra os seus membros, essencialmente por suspeitas de atos de violência contra pessoas, incluindo numerosos jornalistas.

O Centro Europeu para a Liberdade de Imprensa divulgou recentemente um relatório acusando o Pegida de estar por detrás de ataques físicos a mais de uma dezena de jornalistas alemães, nos últimos quatro anos.

Nos últimos meses, o Pegida tem vindo a radicalizar o seu discurso e a tornar mais violentas as suas ações.

As autoridades alemãs já chegaram a proibir algumas manifestações do Pegida, nos últimos anos, invocando falta de condições de segurança, e, para domingo, destacou um forte contingente de polícias e determinou o encerramento de várias ruas e avenidas.